Os linfomas não Hodgkin são neoplasias de linfonodos que podem se apresentar com frequência na forma leucêmica (com alterações morfológicas e no hemograma). Estes linfomas podem ser indolentes, agressivos ou altamente agressivos. Além disso, os linfomas são classificados como linfoma de células B, T ou NK. Diferente dos linfócitos reativos que apresentam alterações citológicas citoplasmáticas e nucleares como hiperbasofilia citoplasmática e pleomorfismo nuclear de acordo com a proximidade das hemácias, os linfomas periféricos frequentemente exibem anormalidades no formato do núcleo.
Existem pelo menos 12 linfomas periféricos com alterações morfológicas, como o linfoma das células do manto, linfoma folicular, linfoma difuso de grande células B, linfoma de Burkitt, linfoma esplênico da zona marginal, síndrome de Sézary, linfoma de célula T, linfoma linfoplasmocítico, linfoma linfoplasmoblástico, linfoma anaplásico, linfoma hepatoesplênico.
Estas células devem ser relatadas em percentagem e da seguinte forma:
– Linfócitos anômalos com núcleo clivado;
– Linfócitos anômalos com núcleo cerebriforme ou convoluto;
– Linfócito anômalos com núcleo em forma de trevo ou flor;
– Linfócitos anômalos com núcleo indentado;
– Linfócitos anômalos com projeções citoplasmáticas vilosas e polares;
– Linfócitos anômalos com vacúolos citoplasmáticos e nucleares e basofilia citoplamática.
Vale destacar que, quando se relata linfócitos reativos, os hematologistas e analistas estão fazendo menção a processos infecciosos virais ou virose e quando se utiliza no laudo o termo linfócito anormal ou anômalo se refere a processos malignos, especificamente a linfomas. As figuras 1, 2 e 3, ilustram diferentes tipos de linfomas com anormalidades citológicas no sangue periférico.
Em suma, é essencial que o analista saiba desconfiar de um linfoma pela análise do sangue periférico para que o diagnóstico seja precoce.
Nas figuras abaixo são vistas algumas alterações morfológicas comum em linfomas leucemizados.
Figura 1 – células linfoides em forma de flor ou trevo de 4 folhas no sangue periférico de um paciente com leucemia/linfoma de células T associada ao HTLV-1.
Figura 2 – células linfoides com núcleo indentado no sangue periférico de um paciente com linfoma do Manto.
Figura 3 – células linfoides com núcleo cerebriforme no sangue periférico de um paciente com Síndrome de Sézary.
Autor: Dr Luiz Arthur Calheiros Leite
Leia a coluna Hematologia e muito mais em nossa Revista Digital clicando aqui