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Hematologia

Gradação e quantificação dos eritrócitos e critérios de revisão de lâminas

Luiz Arthur Calheiros Leite, Ph.D. Professor de Hematologia, Mestrado e Doutorado em Hematologia e Bioquímica, UNIFESP e UFPE.

Por anos a quantificação das anormalidades sanguíneas foram relatadas sem padronização e os laboratórios ou centros de hematologia utilizavam métodos próprios de quantificação das hemácias, leucócitos e plaquetas, descrevendo estas anormalidades sanguíneas de forma equivocada e, muitas vezes sem significado clínico.

Recentemente o ICSH (INTERNATIONAL COUNCIL for STANDARDIZATION in HAEMATOLOGY), reuniu grandes centros de hematologia laboratorial de várias partes do mundo, e escreveram uma recomendação internacional para gradação ou quantificação das alterações das células sanguíneas1.

O consenso destaca que devemos fornecer comentários significativos aos médicos, ao invés de apenas descrever anormalidades discretas e sem associação com patologias sanguíneas.

Rumke C et al2, recomendou em 1977 que as anormalidades das células sanguíneas deveriam ser feitas após a contagem de 1000 hemácias. Entretanto, atualmente a avaliação e quantificação pode ser realizada de forma simplificada em até 10 campos, no alto de 1000x em microscopia ótica.

Segundo a recomendação do ICSH também deve-se quantificar as anormalidades sanguíneas em cruzes, evitando o uso de uma (1+) cruz, e reportando (2+ ou 3+), na maioria das anormalidades eritrocitárias, leucocitárias e plaquetárias.

Assim, pode-se considerar uma classificação em valor percentual nos laudos ou relatórios dos hemogramas. O uso de +2 ou +3 de hemácias em lágrima em 10 campos consecutivos mostra ao médico que existe um estado patológico que acomete a medula (mielofibrose, talassemias, anemia megaloblástica) e que cursam com citopenias periféricas e hematopoeise extramedular, achado com implicações clínicas relevantes e essenciais para o diagnóstico diferencial de hemopatias malignas ou outras doenças.

Por exemplo, uma classificação moderada ou 2+ de células em lágrima varia de 5 a 20 células, correspondendo a +2, e isso significaria que seriam vistos 10-40 células em lágrima por campo em maior aumento (x1000). Já quando vistos mais de 20 dacriócitos deve-se utilizar +3.

Outro achado que deve ser levado em conta é o relato no hemograma de esquizócitos, visto que esta alteração eritrocitária está associada a microangiopatias trombóticas, e que neste caso, o exame de sangue periférico deve ser minucioso, pois os esquizócitos vêm acompanhados de anemia, plaquetopenia, e muitas vezes, sinais de hemólise (policromasia e esferócitos). Para tanto, os laboratórios de hematologia, devem ser cuidadosos e relatar os esquizócitos com segurança, afastando a presença de artefatos.3

Vale salientar que esfregaços de sangue de pacientes anêmicos terão menos eritrócitos por campo, podendo ser necessário percorrer mais campos para gradação das anormalidades das células sanguíneas.

Uma outra recomendação dos autores é que as colorações sejam realizadas por corantes Romanowsky, qu são utilizadas universalmente para coloração de rotina de esfregaços de sangue. Os autores encorajam o uso do  Wright modificado e de coradores de lâminas automatizados ou mesmo o May-Grunwald-Giemsa por métodos manuais.

Em suma, recomendamos que os laboratórios e centros de hematologia e patologia sigam estas diretrizes, leiam todo o documento do ICSH, que quantifica numerosa alterações das células do sangue, e que principalmente os laboratórios passem a valorizar e reportar as anormalidades sanguíneas com significado clínico.

 

 

References

  1. ICSH recommendations for the standardization of nomenclature and grading of peripheral blood cell morphological features.Palmer L, Briggs C, McFadden S, Zini G, Burthem J, Rozenberg G, Proytcheva M, Machin SJ. Int J Lab Hematol. 2015 Jun;37(3):287-303.
  2. Rumke C. The statistically expected variability in differential leukocyte counting. In: Differential Leukocyte Counting. Koepke JA (ed). College of American Pathologists: 1977, 39–46. 7. Zini G, d’Onofrio G, Briggs C, Erber W, Jou JM, Lee SH, McFadden S, Vives-Corrons JL, Yutaka N, Lesesve JF. 4. ICSH recommendations for identification, diagnostic value, and quantitation of schistocytes. Int J Lab Hematol. 2012;34:107–16.

 

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