A doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) é uma pandemia emergente causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A medida que o número de indivíduos infectados pelo vírus continua a aumentar globalmente e os sistemas de saúde se tornam cada vez mais sobrecarregados, fica claro que o laboratório clínico desempenhará um papel essencial no manejo da pandemia, atuando tanto no diagnóstico quanto no monitoramento e tratamento dos pacientes [1].
O papel crítico do laboratório no manejo da COVID-19
Modificado de Lippi et al., 2020
Os sistemas de saúde de diversos países têm sido pressionados pelo grande número de infectados que necessitam de internação, seja ela em leitos comuns ou de UTI. Estima-se que a taxa de internação em pacientes acima de 60 anos chega a 12% e, acima dos 80 anos, pode atingir 20% [2]. Dos pacientes internados, aproximadamente um terço necessita de ventilação mecânica e cuidados intensivos [3]. Dentre os sobreviventes, o tempo de internação médio é de 10 a 13 dias, período no qual é essencial o monitoramento da evolução dos aspectos laboratoriais dos pacientes [4].
Tempo de internação na COVID-19
Modificado de Yang Liu et al., 2020
Diversos estudos têm avaliado as alterações presentes em pacientes com COVID-19 e diversos testes diagnósticos comuns de hematologia e bioquímica foram implicados numa progressão desfavorável da doença, fornecendo informações prognósticas importantes. Uma lista de testes recomendados, com base na literatura atual, está incluída abaixo [1, 5, 6].
Achados laboratoriais em pacientes com COVID-19 relacionados a um prognóstico desfavorável
Leucócitos aumentados | Bilirrubina total aumentada |
Contagem de neutrófilos aumentada | Creatinina aumentada |
Contagem de linfócitos diminuída | Troponina cardíaca aumentada |
Contagem de plaquetas diminuída | Dímero-D aumentado |
Albumina diminuída | Tempo de protrombina aumentado |
Lactato Desidrogenase (LDH) aumentado | Fibrinogênio |
TGP/ALT aumentada | TGO/AST aumentada |
Proteína C Reativa aumentada | Procalcitonina aumentada |
Além disso, estudos que avaliaram os resultados laboratoriais de hemostasia de pacientes com COVID -19 demonstraram que boa parte dos pacientes que vieram a óbito apresentavam valores significativamente alterados para TP, Dímero-D e Fibrinogênio [7]. Com isso, a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) publicou um documento orientando profissionais da saúde quando ao acompanhamento diário desses parâmetros em pacientes internados com COVID-19 [8].
Fica claro, dessa forma, que os laboratórios clínicos são parte fundamental nos esforços para a erradicação da COVID-19, atuando muito além somente do diagnóstico.
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REFERÊNCIAS
[1] Lippi G, Plebani M. The critical role of laboratory medicine during coronavirus disease 2019 (COVID-19) and other viral outbreaks.
[2] Verity R, et al. Estimates of the severity of coronavirus disease 2019: a model-based analysis.
[3] Liu Y, et al. Viral dynamics in mild and severe cases of COVID-19.
[4] https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/clinical-guidance-management-patients.html
[5] Lippi G, Plebani M. Laboratory abnormalities in patients with COVID-2019 infection.
[6] Fan B, et al. Hematologic parameters in patients with COVID-19 infection.
[7] Tang N, et al. Abnormal coagulation parameters are associated with poor prognosis in patients with novel coronavirus pneumonia.
[8] Thachil J, et al. ISTH interim guidance on recognition and management of coagulopathy in COVID-19.
[[ Artigo disponível na íntegra na Revista Newslab Ed 159 ]]