Resumo: A imunocitoquímica possui diversas aplicações em citopatologia, nomeadamente no diagnóstico diferencial e identificação de neoplasias. No entanto apresenta, por vezes, uma reduzida precisão e reprodutibilidade, principalmente ao nível dos falsos-negativos e da uniformidade da marcação. Sabendo que a preservação estrutural e a qualidade da imunomarcação são fulcrais em citopatologia, definiu-se como objetivo deste trabalho avaliar o impacto da etapa de pós-fixação das lâminas de secreções brônquicas processadas em ThinPrep® na técnica de imunocitoquímica, no sentido de selecionar a melhor metodologia para aplicação prática.
Com recurso a 26 amostras de secreções brônquicas prepararam-se 90 lâminas, nas quais foram aplicados três métodos de pós-fixação baseados em etanol, acetona e formaldeído. A avaliação da imunomarcação de Citoqueratinas (clones AE1/AE3), Citoqueratinas 8/18 e Vimentina, foi efetuada por 3 avaliadores independentes, com base numa grelha de avaliação que contempla os parâmetros: preservação da morfologia; intensidade da imunomarcação específica; quantidade relativa de estruturas marcadas; marcação inespecífica; fundo; contraste. O resultado final variou entre 0 e 100 pontos. Para o tratamento estatístico foi utilizado o teste one-way ANOVA (α= 0,05).
Quando sujeitas a técnicas de pós-fixação baseadas em etanol, acetona e formaldeído obtiveram-se os seguintes valores de média e desvio-padrão ( σ): 85,76/4,25; 84,40/6,67 e 91,18/5,25, respetivamente. Verificou-se ainda que existe diferença estatisticamente significativa na globalidade dos resultados obtidos (p < 0,001).
Apesar de todos os métodos de pós-fixação permitirem uma qualidade aceitável da imunomarcação, o melhor método, de entre os que foram testados neste estudo, é o que utiliza formaldeído.
Palavras-chave: Pós-fixação, Imunocitoquímica, secreções brônquicas.
Autores: Catarina Barata, Marli Anágua, Rúben Roque, Amadeu Borges-Ferro
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