Este é mais um artigo sobre pesquisas na área de gestão laboratorial que decorre de estudos científicos, produzidos a partir de sistemas de gestão por nós desenvolvidos e implantados pela Unidos Consultoria e Treinamento, em laboratórios de todas as regiões do Brasil. Constitui-se, portanto, da geração de novos conhecimentos à disposição dos gestores laboratoriais. Serão abordados dois temas em artigos distintos. O primeiro versa sobre em que momento os laboratórios clínicos de pequeno e médio porte devem terceirizar exames, tendo sido já abordado na edição nº 177 relativa aos meses de abril e maio de 2023. O segundo estudo e tema do atual artigo, trata da identificação e quantificação das principais causas de perdas para alguns exames do setor da bioquímica, bem como sugere formas de controle. Os dois artigos em conjunto com os da gestão de riscos, formam a ideia de uma base geradora para futuras pesquisas na área da gestão laboratorial. Este é o propósito maior dos nossos softwares, produtos de Tecnologia da Informação (TI) e pesquisas: proporcionar a socialização de sistemas de gestão aliados a um eficiente processo de benchmarking, gerando novos conhecimentos em prol da comunidade laboratorial. Queremos contribuir com nossa cota na missão de melhorar a produtividade dos laboratórios clínicos e incrementar a competitividade destas organizações.
PARAMETRIZAÇÃO DE PERDAS EM EXAMES DO SETOR DA BIOQUÍMICA
Os laboratórios de análises clinicas operam inevitavelmente com perdas. Algumas delas são impostas por leis, como o uso de controles internos e externos. Existem ainda perdas com calibrações, repetições, diluições, desestabilização de reagentes e paradas de equipamentos. Até o momento, eram desconhecidos em que valores estas perdas ocorriam, fato que dificulta o controle do gestor sobre estes processos. O setor de bioquímica nos laboratórios pesquisados representa em média 50,26% do total de exames e os doze mais usuais, identificados no presente estudo, atingem 73,19% do setor. Esta investigação tem por objetivo quantificar de forma percentual as diversas modalidades de perdas existentes por tipo de exame e por porte de laboratório clínico haja vista que o conhecimento destes percentuais de perdas é muito importante, pois possibilita alertar os gestores sobre quais os exames dos seus laboratórios clínicos estão tendo perdas fora da normalidade, tendo como base o resultado desta investigação. A partir disso, os gestores têm indicativo das causas destas perdas, oportunizando de forma metódica, científica, a propositura de planos de ações para melhorar os processos produtivos, ao reduzir os custos variáveis (de produção) por meio da alteração de rotinas, substituição de reagentes, controles, calibradores, troca de equipamentos, terceirização de exames, etc. Resultados: A metodologia usada foi a análise de doze exames comumente mais realizados no setor de bioquímica em trinta e nove laboratórios clínicos. Concluiu-se que a principal causa de perda no setor da bioquímica para laboratórios clínicos de todos os portes, decorre do uso inadequado dos controles internos, seguida pelas repetições de testes para confirmações de resultados. Para laboratórios clínicos de pequeno porte, especificamente, a terceira causa de perda são as calibrações, seguidas do uso de controles externos e da desestabilização de reagentes e não registraram perdas por parada de equipamentos. Já para laboratórios clínicos de médio porte, a terceira causa de perda são as calibrações, seguida do uso de controles externos, desestabilização de reagentes e parada de equipamentos. Para os de grande porte, a terceira causa de perda é por parada de equipamentos, seguida pelas calibrações e pelo uso de controles externos e não registraram perdas por desestabilização de reagentes. A produção própria dos exames de Amilase, Fosfatase Alcalina e Gama GT, sempre conduziu a perdas acima da média do setor da bioquímica, de forma independente do porte laboratorial. A conclusão deste estudo recomenda que os gestores dos laboratórios clínicos se concentrem nas políticas de produção no tocante aos processos de uso dos controles internos, critérios de repetição de exames e de terceirização dos parâmetros citados.
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