Autoria: Jaqueline Dutra e Marilia Grecco
Nos primeiros ensaios empíricos de infusão de soluções e sangue in vivo, utilizou-se como recurso intravenoso uma pena oca de ave, e em 1660, criou-se o primeiro dispositivo com ponta afiada, a agulha hipodérmica¹. Foi então em 1929, que foi introduzido o primeiro cateter uretral na veia basília de um paciente, dando início a era moderna de canulação vascular¹.
Desde então, a tecnologia foi evoluindo e trazendo dispositivos mais modernos e seguros. Existem três tipos básicos de cateteres vasculares: periféricos (arterial e venoso), cateteres venosos centrais e cateteres centrais de inserção periférica (PICC).² Estes dispositivos são feitos de polímeros sintéticos que são quimicamente inertes, biocompatíveis e resistentes a degradação química e térmica.²
São ferramentas recorrentes na rotina hospitalar e possuem funções variadas, como canulação de um vaso sanguíneo para infusão de pequenos volumes, aferição fidedigna de pressão arterial, terapias de longa duração, etc.³ Uma outra função bem comum destes dispositivos é a coleta de sangue para fins diagnósticos.
Os avanços tecnológicos favorecem a manutenção de acesso vascular por tempo mais prolongado e com maior frequência de uso, acarretando o aumento de infecções relacionadas a esse procedimento.4 O risco de infecção relacionado ao acesso vascular está associado à diversos fatores que constituem pontos estratégicos importantes para ações preventivas dessas infecções.4,5
Além disso, coletas de sangue feitas a partir de cateteres requerem maior cuidado na manipulação da amostra, pois este formato aumenta o risco de hemólise, que continua sendo o erro pré analítico mais comum dentro do laboratório de análises clínicas e uma das principais causas de interferência na exatidão dos resultados e recoleta.6,7 Ainda dentro deste contexto, as seringas utilizadas para retirar sangue de cateteres e transferir as amostras para os tubos de coleta podem exercer pressão maior que de um tubo a vácuo convencional, que já é bem alta.6
Outro risco presente em coletas feitas através de cateter está ligado a hemodiluição para casos de dispositivos preservados com heparina ou solução salina, ou ainda, interferência nos resultados dos exames, principalmente os exames de coagulação.6,7
Com foco também neste cenário, a SARSTEDT desenvolveu o sistema de coleta de sangue
S-Monovette®, que permite uma coleta por técnica híbrida, tanto por aspiração quanto por vácuo, dando ao coletador autonomia para decidir qual formato adotar de acordo com as condições do paciente. Na realidade de coleta de sangue por cateteres, os tubos S-Monovette® são os únicos do mercado que permitem uma coleta 100% fechada, oferecendo muito mais segurança ocupacional e garantindo uma amostra de qualidade, sem hemólise. Dessa forma, as recoletas são evitadas, trazendo menos risco ao paciente e ao coletador, além de diminuir os custos do sistema de saúde.
Referências Bibliográficas
1 – Hurt RT1,2, Steiger E3. Early History of Home Parenteral Nutrition: From Hospital to Home.
Nutr Clin Pract. 2018 Oct;33(5):598-613. doi: 10.1002/ncp.10180. Epub 2018 Aug 23.
2 – MARINO, P.L. Cateteres Vasculares. In: MARINO, P.L. Compendio de UTI. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. Cap. 1, p.4-15.
3 – Complicações acerca do cateter venoso central de inserção periférica (PICC) CORREA de JESUS, Valéria; SECOLLI, Silvia Regina. Ciência, Cuidado e Saúde. São Paulo, abril, 2007.
4 – Infecções da corrente sanguínea em pacientes em uso de cateter venoso central em unidade de terapia intensiva BORBA MESIANO, Eni Rosa; MERCHAN-HAMANN, Edgar. Revista Latino Americana de Enfermagem. São Paulo, junho, 2007.
5 – Mermel LA. Drawing blood cultures through intravascular catheters: Controversy and update. Infect Control Hosp Epidemiol. 2019 Apr;40(4):457-459. doi: 10.1017/ice.2019.37. Epub 2019 Mar 6.
6 – Recomendações da sociedade brasileira de patologia clínica/medicina laboratorial (SBPC/ML) : fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais / Adagmar Andriolo … [et al.] ; organização Nairo Massakazu Sumita … [et al.] – 1. ed. – Barueri [SP] :
Manole, 2018. 464 p.
7 – NCCLS. H3 – A4, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture; Approved Standard – Fourth Edition. Document NCCLS H3 –A4 (SBN 1-56238-350-7). Nccls, 940, West Valley Road, Suite 1400, Wayne, Pennsylvania 19087, USA, 1998