As ações de Biossegurança compõem um conjunto de medidas preventivas que investigam, monitoram e propõem procedimentos para o controle ao acontecimento dos agravos à saúde, também para atender às demandas de saúde pública relativas à expansão das doenças emergentes e reemergentes, que são muitas vezes resultantes dos impactos ao meio ambiente.
Os profissionais da área de saúde estão expostos a diversos riscos, sendo eles dos grupos: químicos, físicos, mecânicos, ergonômicos, psicossociais e biológicos.
O Brasil possui várias regulamentações que incentivam e, muitas vezes, geram obrigações quanto à adoção de práticas que promovam a biossegurança. A Norma Regulamentadora NR-06, por exemplo, dispõe sobre os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) que afirma que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento.
Já a NR-32 traz várias recomendações para os serviços de saúde. Dentre elas, está o direito de todo trabalhador dos serviços de saúde receber, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria e hepatite B. Na mesma norma, também fica vedado o reencape e desconexão manual de agulhas, práticas tão comuns e executadas inadvertidamente no cotidiano laboral dos profissionais em saúde, e também deixa clara a obrigação de capacitação periódica dos colaboradores.
Ademais, a Portaria n° 2.616 do Ministério da Saúde de 1998 destaca que a lavagem de mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares, recomendação utilizada até hoje em todo o mundo.
A implantação das ações estratégicas de biossegurança muitas vezes se depara com resistências vinculadas a vários fatores, tais como carência de infraestrutura, equipamentos sem manutenção, áreas laboratoriais em condições inadequadas de uso, escassez de insumos, entre outros, e também com uma mentalidade reflexo da falta de uma cultura de biossegurança em nosso país, claro que muitos serviços de atenção à saúde seguem as normas, sim!
Apesar de muitos profissionais considerarem a biossegurança como normas que dificultam a execução de seu trabalho, são essas regras que garantem a saúde do trabalhador e do restante da população. O não cumprimento das normas básicas de biossegurança pode acarretar problemas como transmissão de doenças e até mesmo epidemias e pandemias como essa que estamos vivenciando.
Uma das principais normas de biossegurança em hospitais, clínicas e laboratórios diz respeito à higienização das mãos, que devem ser lavadas corretamente e constantemente. Apesar de simples, essa é uma das medidas que mais evitam a propagação de doenças. Essa ação deve contemplar todas as faces das mãos, e por um tempo mínimo de 30 segundos.
Os profissionais de saúde também devem ficar atentos ao uso dos EPI’s tais como: jaleco, touca, máscara, óculos, luvas, que tem finalidade de minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos ocupacionais e evitar possíveis acidentes e, em casos de acidentes, reduzir suas consequências.
Para que os cuidados de biossegurança sejam efetivos, é necessário que os profissionais de saúde estejam devidamente informados sobre os princípios de biossegurança, bem como aptos a colocá-los em prática de maneira correta, a fim de manter o ambiente de trabalho seguro, minimizando assim os acidentes e consequências que envolvem as atividades desempenhadas. Alguns insights que devem ser seguidos são:
- Não usar adornos durante trabalho na área da saúde, inclusive é proibido pela NR32;
- Higienize frequentemente as suas mãos, segundo o CDC, um profissional deveria higienizar as mãos 100x durante um turno de 12h;
- Usar EPIs adequados (máscara, protetor facial, jaleco, traje, luvas, touca óculos de proteção…);
- Remover a barba, para um ajuste mais adequado, para aqueles que trabalham expostos aos aerossóis.
- Manter cabelos protegidos, e presos;
- Usar jaleco, sempre, abotoado até em cima, ele não pode ser de rendinha, de preferência branco, a desinfecção daquela estrutura da rendinha é impossível ser feita de forma adequada.
Dúvidas, ficaremos felizes em responder. É só mandar um direct no instagram @dr.biosseguranca ou @dra.vanessa_valente . Biossegurança é um compromisso de todos!
Por,
Jorge Luiz Silva Araújo-Filho (@dr.biossegurança): Biólogo, mestre em patologia, doutor em biotecnologia; palestrante e consultor em biossegurança.
Contato: jorgearaujofilho@gmail.com / (81) 9.9796-5514
Vanessa Valente Elias (@dra.vanessa_valente): Cirurgiã dentista, mestre em disfunção temporomandibular e dor orofacial, doutoranda, professora de biossegurança.
Contato: vanessavelias@hotmail.com / (92) 981782526
[[Artigo disponível na íntegra na Revista Newslab Edição 159]]