Artigo de Siumara Tulio
Resumo:
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. As cistatinas são proteínas inibidoras das cisteínas proteases que regulam a atividade destas enzimas para evitar danos ao organismo, como processos inflamatórios, doenças neurológicas e formação de tumores. Investigou-se a associação entre a elevação dos níveis séricos de Cistatina C e o risco do infarto do miocárdio na população em geral, além da utilização deste marcador no diagnóstico laboratorial. Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando sites de busca para artigos científicos como: Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google e Scielo. A cistatina C humana (HCC) é produzida e secretada pelos cardiomiócitos e sua síntese eleva-se quando o coração está sob isquemia. A concentração plasmática de HCC independe de fatores extrínsecos como gênero, idade, inflamação, massa muscular e dieta. Quando a produção endógena deste marcador é constante, sua concentração plasmática está diretamente relacionada ao volume da filtração glomerular. A nefelometria e a turbidimetria têm sido os métodos mais utilizados para a determinação dos níveis séricos desta proteína. Este estudo de revisão apresenta resultados clínicos relevantes para utilização da determinação da sérica da cistatina C como biomarcador de doenças cardíacas.
Introdução:
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. No Brasil, 300 mil pessoas morrem anualmente, sendo que, 30% dos casos são fatais (OPAS/OMS, 2016) (23).
As doenças cardiovasculares são um grupo de doenças que atingem o coração e os vasos sanguíneos, sendo as mais frequentes: cardiopatia isquêmica (infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), arritmias cardíacas, miocardiopatias, cardiopatias congênitas e trombose venosa. Os ataques cardíacos geralmente são eventos agudos causados principalmente pelo bloqueio da circulação do sangue para o coração ou para o cérebro, frequentemente ocasionado pelo acúmulo de depósitos de gordura nas paredes internas dos vasos sanguíneos que irrigam o coração ou o cérebro. A causa dos ataques cardíacos inclui uma combinação de fatores comportamentais de risco, como o uso de tabaco, dietas inadequadas, obesidade, sedentarismo, uso de álcool, hipertensão, diabetes e hiperlipidemia. Portanto, a maioria das doenças cardiovasculares poderia ser prevenida por meio da redução dos fatores de risco e do diagnóstico precoce (NACB LMPG COMIMITTEE MEMBERS et al., 2001) (20).
Além do exame físico, do eletrocardiograma e dos exames de imagem os exames laboratoriais são imprescindíveis para avaliação das doenças cardíacas e do risco de desenvolvimento da doença. De acordo com a Academia Nacional de Bioquímica Clínica (NACB) Americana para prevenção primária de doenças cardíacas é essencial que seja realizada a pesquisa sorológica de biomarcadores, como as Lipoproteínas, Apoproteínas, Homocisteína, Fibrinogênio, Peptídeo Natriurético Cerebral (BNP), Proteína C Reativa e marcadores da função renal, como a Cistatina C (MYERS et al., 2009) (19). O diagnóstico laboratorial da doença aguda deve ser realizado por meio da determinação sérica de marcadores cardíacos, proteínas e enzimas liberadas na circulação quando existe lesão celular, como a creatinofosfoquinase (CK) e a sua fração MB (CK-MB) e a mioglobina (CAVALCANTI et al., 1998) (5).
A Cistatina C é uma proteína com massa molecular de aproximadamente 13 kD produzida em todas as células nucleadas (ABRAHAMSON et al., 1988) (1). Estudos recentes têm demonstrado que a elevação sérica dos níveis de Cistatina C, utilizada atualmente como um marcador da função renal, está relacionada ao aumento do risco do desenvolvimento de cardiopatias e morte (ASTOR et al., 2012) (3).
Esta revisão bibliográfica tem o intuito de investigar a associação entre a elevação dos níveis séricos de Cistatina C e o risco do infarto do miocárdio na população em geral, além da utilização deste marcador no diagnóstico laboratorial.
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Autora: Siumara Tulio.
Titulação: Doutora em Medicina Interna-UFPR
Função: Assessora Científica da Capricorn Technologies.
Endereço para correspondência: stulio@terra.com.br