“Empoderamento” palavrinha da moda! Confesso que não sou simpática a esse eufemismo, acho que gostaria mais de dizer Poder feminino, porém, o empoderamento reflete os avanços na carreira da mulher e expressa uma necessidade de colocar a mulher no mesmo patamar de trabalho, respeito e humanidade em relação ao homem… Longe de ter a pretensão de fazer um discurso feminista, quero com esse artigo externar a minha alegria de, atualmente, poder estar à frente de um dos conselhos de farmácia do Brasil, além de presidir a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica e a delegacia da SBAC do DF e ainda ser uma OFACANA com muito orgulho, fato que talvez, em um passado não muito distante, não seria possível!
De forma histórica, o papel da mulher na sociedade sofreu avanços significativos nas últimas décadas. Isso porque, pouco a pouco, a mulher passou a romper paradigmas ocupando diversos espaços, sobretudo, nos que antes eram dominados apenas por homens, tornando-se economicamente ativas. A luta das mulheres pela diminuição da assimetria em relação aos homens vem avançando a cada ano. Em pensar que há pouco tempo atrás para se inscrever em um conselho de farmácia, as mulheres dependiam da autorização dos maridos.
O toque feminino é histórico na farmácia, profissão que tem, atualmente, 65% de mulheres como força de trabalho. As mulheres sempre estiveram presentes nas bancadas de hematologia, bioquímica, microbiologia, coleta e em todos os setores de um laboratório de análises clínicas. Agora, estão avançando na gestão das entidades de classes, um fato relativamente novo. Nossas Ofacanas já são diretoras, presidentes de conselhos, conselheiras regionais e federais de farmácia e diretoras de sociedades, como a SBAC, além de grandes empresárias e empreendedoras das análises clínicas. Não pretendemos ocupar os espaços masculinos, nós mulheres apenas queremos um reconhecimento por todo nosso esforço e empenho, mesmo tendo, muitas vezes, uma tripla jornada de trabalho. Muito além de cálculos, da racionalidade tão evidenciada, a mulher com sua meiguice, capacidade interativa e sensibilidade vem se destacando como gestora nos diferentes segmentos empresariais, no setor público ou privado, incluindo na representatividade em entidades profissionais.
Notoriamente, a sensibilidade feminina, aliada a criatividade, inovação e reputação, faz com que as gestoras e empreendedoras do nosso segmento inovem na atuação, culminando em resultados satisfatórios exponenciais. Tal fato é confirmado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que traz índices de 20% em melhorias nos resultados gerais quando as empresas são lideradas por mulheres.
Diante disso, por mais que ainda possam existir preconceitos em relação ao universo feminino, meu conselho para minhas colegas e leitoras: aposte em você, na sua capacidade de análise, no seu tato e “feeling”. Não tenha medo de impor suas ideias, de fazer críticas quando necessárias, de inovar e de requerer as suas vontades. Ouse, rompa barreiras e não desça do salto!
Dra. Gilcilene Chaer é farmacêutica bioquímica, especialista em citopatologia, especialista em analises clinicas, mestre em medicina tropical e doutora em ciências médicas. Atualmente é gestora do laboratório Art Lab, presidente do Conselho Regional de Farmácia do DF, presidente da comissão parlamentar do CFF, delegada da SBAC/DF, Diretora da ABEF e OFANA!