Autoria: Jaqueline Dutra e Marilia Grecco
Os primeiros tubos a vácuo foram lançados no mercado ainda na década de 1940, a partir de uma solicitação da Cruz Vermelha Americana, durante a segunda Guerra Mundial. Em 1970, chegaram ao mercado os tubos de soro a vácuo (ainda de vidro) com gel separador a base de silicone. Segundo o Manual da SBPC/ML de 2018, a função do gel é proporcionar uma barreira física e química entre o soro ou plasma e as células sanguíneas.¹
O plasma diz respeito a parte líquida do sangue onde as hemácias estão suspensas. O fluído é composto 90% de água, componentes orgânicos, inorgânicos, lipídeos e proteínas, principalmente a albumina, além de fatores de coagulação e fibrinogênio.² Já o soro, é o plasma sem os fatores de coagulação.² No laboratório de análises clínicas, os dois são utilizados rotineiramente, dependendo dos exames a serem realizados.
A obtenção do soro se dá através da coleta de sangue em tubos que contenham ativador de coágulo. A preparação dessa amostra é um pouco lenta, pois deve-se aguardar em torno de 30 minutos antes de ser levada a centrifugação, já que há necessidade de total retração do coágulo. Já o plasma, é adquirido com coleta feita em tubos com algum tipo de anticoagulante, e o processo de centrifugação é imediato.
No cenário atual, em que os laboratórios clínicos trabalham com TAT (sigla em inglês para tempo de retorno) cada vez menor, é preciso se adequar. É o que aponta César Nhola, analista de negócios da SHIFT.
“O TAT é um indicador quantitativo que mostra se o laboratório está cumprindo o tempo de retorno acordado com os pacientes, médicos e serviços hospitalares. Sua implementação permite que o laboratório conheça o tempo gasto em todos os seus processos. Ele é um indicador de desempenho cuja análise suporta uma gestão integrada do laboratório e é considerado importante principalmente para laboratórios que atendem hospitais e serviços de urgências. Para alguns atendimentos, o tempo de retorno desses exames é fundamental para que o médico tome decisões. Em alguns casos, os protocolos de atendimento estipulam o prazo de liberação de alguns exames”.³
E ainda neste contexto, alguns hospitais instituíram protocolos para casos específicos, que necessitam agilidade no processo de tomada de decisão, como por exemplo protocolos para sepse e de parada cardíaca.4 De uma maneira geral, agilidade é fundamental para o diagnóstico precoce e início do tratamento, principalmente quando se trata de pacientes atendidos no setor de emergência.
Com o intuito de auxiliar demandas como estas, a Sarstedt lançou recentemente o tubo de Heparina Lítica Gel+, que propõe a redução no tempo de centrifugação em até 50%. Esses tubos possuem gel separador de poliacrilato, o que permite reduzir o tempo de centrifugação mantendo a qualidade do material biológico. Dessa forma, a amostra estará pronta para a análise automatizada laboratorial em 4 minutos e contribuirá de maneira significativa no diagnóstico precoce de casos emergenciais.
Além da agilidade, esse produto traz outros benefícios, já que também faz parte da linha S-Monovette®, com técnica híbrida de coleta fechada por aspiração ou “fresh vacum” no mesmo dispositivo, permitindo que o profissional decida qual a melhor opção de acordo com as condições do acesso, momentos antes de realizar a punção. Isso reforça o conceito de coleta humanizada, reduzindo erros pré-analíticos e garantindo o bem-estar do paciente.
Foram realizados estudos comparativos entre o Tubo de Heparina Lítica Gel comum e Heparina Lítica Gel+ que mostraram resultados similares, com a vantagem de ganho expressivo no tempo da centrifugação (Fig. 1). O produto foi clinicamente testado em estudos internos na Sarstedt e os resultados apresentados em congressos da área5.
S-Monovette® Gel de Heparina de Lítio +
Equivalência clínica em analisadores Roche cobas®

Figura 1. Está representada a mediana positiva da diferença entre os tubos de coleta de sangue. Todos os tubos de coleta de sangue foram centrifugados a 3000g durante 10min. A medição foi realizada em um cobas c 702 da Roche ou em um modelo e 602. RF e C3 foram medidos em um Siemens BN Prospec.
Referências Bibliográficas
- Recomendações da sociedade brasileira de patologia clínica/medicina laboratorial SBPC/ML) : fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais / Adagmar Andriolo … [et al.] ; organização Nairo Massakazu Sumita … [et al.] – 1. ed. – Barueri [SP] : Manole, 2018
- Martini, Frederic H. Timmons, Michael J. Tallitsch, Robert B. Anatomia Humana. 6 ed. Porto Alegre. Editora Artmed. Coleção Martini. 2009. 845p.
- Redução do tempo de retorno (TAT) garante qualidade laboratorial. O TAT é um indicador quantitativo que mostra se o laboratório está cumprindo o tempo de retorno acordado com os pacientes, médicos e serviços hospitalares. Disponível em: http:www.labnetwork.combr; acesso em 7 out, 2019.
4.Instituto Latino Americano de Sepse. Roteiro de Implementação de Protocolo Assistencial Gerenciado de Sepse. Flávia Ribeiro Machado et al.5 ed. Programa de Melhoria de Qualidade. 2019. 40p.
5 . S-Monovette® Gel de Heparina de Lítio +.Equivalência clínica em analisadores Roche cobas® Scheer F.1, Müller-Drebelhof C.1, Schuster R.1,2, Flach D.11 Sarstedt AG & Co. KG, Research & Development, Nümbrecht 2 Sarstedt AG & Co. KG, Executive Board Sales/Research & Development, Nümbrecht