Um dos suplementos mais comercializados no mundo, o trans-resveratrol, é conhecido por uma suposta ação antioxidante, anti-inflamatória e inibidora da agregação plaquetária, sendo capaz de reduzir o colesterol, a pressão arterial e, consequentemente, a aterosclerose (acúmulo de gordura nas paredes das artérias). No entanto, de acordo com um estudo do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center – FoRC), sediado na USP, ainda são necessários estudos clínicos para realmente atestar seu poder antioxidante. Já os demais efeitos, comprovados cientificamente, dependem muito da forma de administração, ou da dose e tempo de uso. Publicado na revista Complementary Therapies in Clinical Practice, o artigo de revisão analisou os resultados de 27 estudos clínicos, nos quais foram testados 32 tratamentos diferentes em humanos.
Segundo a coordenadora do estudo, Inar Castro Erger, pesquisadora associada ao FoRC e professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, os principais problemas apontados foram a ausência de padronização dos marcadores avaliados e a automedicação, tendo em vista que os suplementos não necessitam de prescrição médica.
Assim como a maioria dos suplementos, o trans-resveratrol pode ser adquirido nas farmácias sem receita médica, o que leva a maioria das pessoas a não consultar um médico antes de consumi-lo, podendo tornar nulos os benefícios do suplemento, ou consumir os medicamentos com doses e períodos não adequados em relação aos seus objetivos”