A proposta busca seguir os mesmos padrões de ações de enfrentamento a outros tipos de câncer
Quase 35 mil novos casos de câncer colorretal devem ser diagnosticados no Brasil este ano. Considerado um dos tipos mais preveníveis e curáveis entre todos os tumores, é o segundo mais frequente em mulheres e o terceiro nos homens. Contudo, faltam políticas públicas de enfrentamento e divulgação de informações referente ao diagnóstico e tratamento do câncer de cólon e reto. Para preencher essa lacuna na saúde pública brasileira, será discutida a proposta para a criação de um Programa Nacional de Combate ao Câncer Colorretal. A divulgação desse embrião acontecerá em 11 de novembro, durante a XVI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), maior evento científico da especialidade na América Latina.
O documento foi produzido pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), baseado nos modelos internacionais de combate ao câncer de cólon. A partir destas ideias, a proposta será discutida, com base na adaptação de exemplos internacionais de sucesso, respeitando a realidade nacional quanto à assistência aos pacientes oncológicos e ao acesso aos serviços de saúde. A iniciativa teve apoio da Organização Mundial de Endoscopia (WEO).
Nos Estados Unidos, por exemplo, o plano de prevenção buscou encontrar homens e mulheres de baixa-renda que não possuíam estrutura para realizar serviços de triagem para a descoberta do câncer de cólon.
Desta forma, a proposta visa a criação de programas contra o câncer colorretal seguindo os mesmos princípios daqueles já consolidados no combate ao câncer de próstata e mama.
“O objetivo do plano é evidenciar que o câncer colorretal pode ser evitado, representando maior custo benefício em seu tratamento. É essencial estabelecer uma política de combate ao câncer de cólon e reto – o primeiro passo que estamos dando nesse sentido é alertar sobre a importância da sua prevenção”, informa o Dr. Lix de Oliveira, presidente da Comissão de Prevenção de Câncer Colorretal da SOBED. Segundo o especialista, a participação da WEO no lançamento da proposta é fundamental, principalmente para embasar o documento considerando o que está sendo feito internacionalmente.
“A WEO tem uma iniciativa de prevenção que quer replicar para o mundo todo, sobretudo para explicar a necessidade e a importância dos cuidados a serem tomados. A Organização tem nos apoiado na elaboração dessa proposta, inclusive nos orientando na sua implantação”, destaca.
Na ocasião, serão analisados programas que já acontecem isoladamente no Brasil. A Dra. Linda Rabeneck, presidente da Comissão de Prevenção de Combate ao Câncer Colorretal da WEO, estará presente e afirma que aproveitará para fornecer um panorama global e regional quando ao câncer de cólon e reto. “Abordaremos a importância do diagnóstico do câncer colorretal com ênfase na América Latina, onde o problema está aumentando em vários países. Além disso, vamos falar sobre o papel fundamental da qualidade da colonoscopia”, adianta.
Colonoscopia é principal exame para diagnóstico e prevenção
Estudo publicado pelo Journal of the National Cancer Institute atesta que os números de casos de câncer colorretal dobram nas últimas duas décadas na população adulta com idade inferior a 55 anos, abrangendo tumores que agridem o cólon e o reto, segmentos do intestino grosso, a doença tem sintomas como sangramento anal, eliminação de sangue ou muco nas fezes e alteração do hábito intestinal.
Para a doença ser diagnosticada é realizada uma colonoscopia, exame que permite a visualização direta do interior do reto, cólon e parte do íleo terminal através de um tubo flexível introduzido pelo ânus, contendo em sua extremidade uma minicâmera que transmite imagens coloridas, podendo ser fotografadas ou gravadas em vídeo.
De acordo com o Dr. Lix a colonoscopia é fundamental para o diagnóstico dos pacientes. “O procedimento é o padrão ouro dos métodos que se dispõem atualmente, esse exame é a melhor ferramenta no diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer colorretal”.
De que maneira os mutirões de colonoscopia podem auxiliar?
Ao longo do ano, visando conscientizar a população sobre o câncer colorretal e estimular o diagnóstico precoce, a SOBED atua fortemente realizando mutirões em todo o País, realizando cerca de 100 exames de colonoscopia gratuitos na população local.
Para o Dr. Lix, essa iniciativa poderá ajudar na luta para a criação do programa, uma vez que a ação tem um modelo que potencializa a difusão da informação. “Promoveremos orientação a todos sobre os mecanismos de rastreio e combate, tornando-os potenciais divulgadores em suas comunidades e famílias. O câncer colorretal é passível de prevenção, então, por meio de informação de qualidade e correta, conseguimos diminuir o número de casos e deixar com que menos pessoas sofram e morram em decorrência dessa doença”.
Serviço
Lançamento da Proposta para Programa Nacional de Combate ao Câncer Colorretal
Data: 11 de novembro
Horário: 8h30 às 12h
Local: Centro Internacional de Convenções do Brasil
Endereço: SCES Trecho 2, Conjunto 63, Lote 50 – Asa Sul – Brasília/DF