Pesquisadores temem possibilidade de sobrecarga extra sobre o sistema de saúde
Além da variante ômicron, que está se espalhando pelo país, o avanço da dengue vem preocupando as autoridades de saúde. O aumento no número de casos da doença, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, vem sendo monitorado pelo Grupo Pardini, uma das maiores redes de Medicina Diagnóstica do país. Os dados indicam que as duas doenças estão acontecendo ao mesmo tempo, mostrando a coexistência de casos em várias regiões do Brasil. Isso pode sobrecarregar o sistema de saúde do Brasil, uma vez que os sintomas geram confusão e a testagem ainda é baixa, especialmente para o diagnóstico de dengue.
Segundo a base de dados do laboratório, que são os resultados dos testes realizados em território nacional para diagnóstico da dengue e da Covid-19, com o período de chuvas, a doença já dá sinais de alerta no Brasil. Atualizado semanalmente, o Painel Covid-19 X Dengue chama atenção para a concomitância de casos em algumas cidades:
● Goiânia (GO), com 49,3% de positividade em Covid-19 e 30,4% em dengue
● Aparecida de Goiânia (GO), com 47,4% de positividade em Covid-19 e 33,3% em dengue
● Palmas (TO), com 70% de positividade em Covid-19 e 38% em dengue
● Belo Horizonte (MG), com 60% de positividade em Covid-19 e 7% em dengue
● Contagem (MG), com 69% de positividade em Covid-19 e 4% em dengue
● Betim (MG), com 69% de positividade em Covid-19 e 7% em dengue
Referência: 23 a 29 de janeiro
De acordo com o epidemiologista do Grupo Pardini, José Geraldo Ribeiro, observa-se que as doenças têm sintomas variados. As duas doenças têm sintomatologias variadas. Em um caso típico de Covid predominam febre, dor de garganta e sintomas respiratórios. Um caso típico de dengue predominam, na primeira fase da doença, febre alta, dor de cabeça (cefaleia) e muita dor no corpo. É necessário buscar um atendimento médico para fazer o teste e ter o diagnóstico e tratamento adequados. “É esperado um aumento de casos de dengue, agora, com o período de chuva”, alerta o médico.
Para os pesquisadores do Grupo Pardini, as epidemias de Covid-19 e da dengue podem ter grandes impactos para a população e os prestadores de serviços de saúde que poderão responder a emergências concomitantes. “Com base nos dados apresentados, no cenário atual da Covid-19 e na história endêmica da Dengue, um alerta deve ser mantido para novos picos nos próximos meses. Desde 2020 estamos vigilantes e à disposição para informar e fornecer relatórios de casos suspeitos e confirmados de dengue, a fim de contribuir para a implementação de políticas públicas de saúde e fortalecer os sistemas de saúde”, completou o vice-presidente da rede de medicina diagnóstica, Alessandro Ferreira.
Criado em março de 2020, quando o coronavírus chegou ao Brasil, o sistema é atualizado semanalmente e pode ser acompanhado por qualquer pessoa ao acessar www.grupopardini.com.br/COVDENGUE/. Existe a opção de ver, no mapa do Brasil, a incidência de casos de dengue, de Covid-19 e das duas doenças simultaneamente. Quanto maior o ícone de alerta (círculo vermelho), maior a taxa de coexistência de Covid-19 e dengue. Os dados apresentados representam o total de exames realizados e a taxa de positividade (total de testes positivos/total de exames realizados) para Covid-19 e dengue.
Gráfico mostra maior incidência de Covid-19 e dengue, simultaneamente em Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Gráfico mostra o surgimento de novos casos a partir de janeiro de 2022.