Anticorpos monoclonais são proteínas, muito conhecidas por serem produzidas pelo nosso corpo para ajudar a combater infecções. Mas você sabia que anticorpos monoclonais podem ser produzidos in vitro para com outras finalidades?
Esses anticorpos ligam-se especificamente ao epítopo de uma molécula, que conhecemos também como antígeno. Com essa capacidade de ligação, podemos então usar os anticorpos a nosso favor. Mas como? Em diagnóstico e imunoterapias, por exemplo.
Vamos explicar…
Nos diagnósticos, anticorpos monoclonais podem ser produzidos in vitro em determinados tipos de células. Essas células passam por uma engenharia genética e são modificadas para produzir o anticorpo de interesse, que vai se ligar e reconhecer especificamente o antígeno desejado (Figura 1). Na Citometria de Fluxo, por exemplo, utilizamos anticorpos monoclonais anti-CD para identificar e quantificar células que tenham especificamente o CD de interesse. Caso estejamos procurando um antígeno CD4 na superfície celular, utilizamos um anticorpo monoclonal anti-CD4.

Figura 1: Imunização do camundongo com antígeno de interesse para produção de células híbridas produtoras de anticorpos monoclonais e sua subsequente utilização em Imunodiagnóstico, como a Citometria de Fluxo.
Nas imunoterapias, anticorpos monoclonais são desenvolvidos para ligar-se especificamente a antígenos in vivo, ou seja, são aplicados na pessoa que necessita da terapia. Neste caso, os anticorpos ligam-se ao antígeno de interesse e poderão recrutar células do sistema imune para que estas destruam a célula oncológica, por exemplo.
Também podemos citar o uso de anticorpos monoclonais com ação neutralizante. O que isso significa? Significa que esse anticorpo monoclonal liga-se ao antígeno de interesse na superfície de um vírus, por exemplo, impedindo sua entrada na célula humana, já que a proteína na superfície do vírus é responsável pela sua entrada na célula. Assim, a infecção não se estabelece e o vírus é eliminado pelo corpo (Figura 2).

Figura 2: Ação neutralizante de anticorpos monoclonais, impedindo a entrada do vírus na célula do hospedeiro.
Autoras: Rafaele Loureiro de Azevedo, Helena Varela de Araújo e Bruna Garcia Nogueira