A saúde é direito de todos e dever do estado (CF, 1988, art. 96). O caminho para a utilização desse direito da população tem sido aprimorado há anos por uma organização voltada ao desenvolvimento de um sistema único de saúde, o SUS. Entretanto, e devido à insuficiência desse serviço, surgiu um novo mercado: a atuação dos planos de saúde privados. Desde então, esse novo mercado vem se tornando cada vez mais promissor e concorrido.
No intuito de avançar e regulamentar o mercado de saúde suplementar privado, em 2000 foi criada Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como autarquia do Ministério da Saúde, com a finalidade institucional de promover a defesa do interesse público na assistência suplementar. Sua área de ação compreende um campo já em funcionamento, mas que se expandiu desordenadamente, mercado este constituído por diversos tipos de prestadores de serviços do segmento, entre ele, os de medicina diagnóstica.
Uma reflexão acerca da efetividade de processos no segmento da saúde, mais especificado no ramo da medicina diagnóstica por imagem, aponta claramente à necessidade da atuação de profissionais multidisciplinares para gestão e produção das diversas atividades do ramo: embora seja demanda necessária, percebe-se que é muito baixo o número de profissionais de outras áreas de formação atuando diretamente nesse ramo devido à cultura social e ou à falta de formação de outros profissionais com olhar para esse segmento, como campo de atuação.
As situações apresentadas levaram um grupo de alunos do 10º período de Engenharia de Produção das Faculdades Kennedy de Belo Horizonte a este questionamento: “Qual seria a importância de um engenheiro de produção atuando no segmento de medicina diagnóstica por imagem”?
Após realizar uma pesquisa em empresas, que atuam no segmento de medicina diagnóstica por imagem na região metropolitana de Belo Horizonte, os alunos do 10º Período de Engenharia de Produção perceberam que existe uma defasagem do setor em relação à utilização das ferramentas de gestão, uma vez que elas são de grande importância para o bem estar financeiro e gerencial de uma empresa. Ainda em relação a tal aspecto destacam-se a necessidade de um especialista qualificado e os possíveis impactos positivos que tal profissional do campo da engenharia de produção agregaria devido à sua formação às empresas deste setor. Pode-se dizer que este é o engenheiro qualificado para executar tarefas ligadas à aplicação de ferramentas de gestão, tais como: análise de Diagrama de Ishikawa, implantação de gestão de filas, gestão da manutenção, implantação de programas de qualidade, criação e acompanhamento de indicadores de produção, aplicação da ferramenta PDCA[1], análise de causa raiz, setup rápido, segurança no trabalho, bem como mapeamento de fluxo de valor e matriz GUT[2].
Conclui-se, portanto, que as dificuldades apresentadas pelas empresas pesquisadas do setor de medicina diagnóstica por imagem poderiam ser prontamente resolvidas através da capacidade gerencial do engenheiro de produção.
A colaboração e atuação deste profissional se faz necessária nas rotinas da companhia, o que garantiria eficiência e eficácia em seus processos produtivos, por conseguinte reforço e estabilidade na saúde financeira da empresa.
[1] PDCA: Metodologia para processo de melhoria contínua (Plan-Do-Check-Act que significam Planejar-Fazer-Checar-Agir).
[2] Matriz GUT: ferramenta com o intuito de priorizar problemas levando em conta suas gravidades, urgências e tendências.
*Eduardo Gonçalves Magnani – Mestre em Engenharia Mecânica e Professor do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Kennedy de Belo Horizonte
Fonte: hojeemdia.com.br