O bambu é matéria-prima muito utilizada em diversas partes do mundo para os mais variados fins. No Brasil ainda não se aproveita todo o potencial dessa gramínea gigante.
A espécie vegetal conhecida vulgarmente por bambu pertence à família das Gramineae e apresenta mais de mil espécies espalhadas pelo planeta. A maioria das espécies encontra-se distribuída nos Continentes Asiático e Americano. A Ásia é o maior centro de biodiversidade do bambu, podendo ser considerada seu berço, principalmente pela grande aceitação que encontra junto à população.
Devido às suas múltiplas utilizações e pela facilidade em se efetuar seu plantio, é considerado, principalmente pelos povos asiáticos, como uma dádiva dos deuses, o ouro verde da floresta e o amigo do homem. No entanto, em outros países, como no Brasil, ao bambu ainda é atribuído, de forma pejorativa, o título de “madeira dos pobres”.
O bambu tem uma utilização comercial bem explorada graças à rigidez de seus caules. É comum a fabricação de instrumentos musicais a partir de seu caule ou de móveis, cestos e, em alguns casos, até mesmo na construção civil, compondo edifícios construídos que sejam resistentes a terremotos.
A espondilite anquilosante (EA) (vide fotos) é uma doença inflamatória de causa desconhecida que afeta principalmente o esqueleto axial, sobretudo articulações sacro-ilíacas e vertebrais, embora possa apresentar manifestações músculo-esqueléticas generalizadas, mais comum no homem que na mulher e que se inicia geralmente na 2ª ou 3ª década. As articulações da coluna vertebral sofrem inflamação e fibrose e, com o progredir do processo, há destruição das bordas dos corpos vertebrais e ossificação metaplásica e endocondral dos discos, gerando anquilose. A calcificação e ossificação dos ligamentos para-vertebrais dão origem à formação de pontes ósseas, denominadas sindesmófitos. O quadro final é de uma coluna rígida, com fusão dos corpos vertebrais e dos ligamentos, lembrando o caule cilíndrico e inflexível do bambu com os respectivos nós e entrenós a intervalos regulares, recebendo a denominação de coluna vertebral em bambu (em inglês: bamboo spine). O quadro radiológico é característico.
A primeira análise da EA parece ter sido a do médico irlandês Bernard Connor que, em 1691, publicou um livro descrevendo “esqueleto obtido em cemitério de igreja ou ossário” em que os ossos estavam “tão intimamente unidos, com seus ligamentos primorosamente ossificados e suas articulações tão apagadas, que pareciam ser formados por uma só peça óssea contínua” (cit. Resnick, Donald.- Diagnosis of Bone and Joint Disorders 3rd Ed.- P. 1008. 1995).
(Artigo adaptado do livro Analogias no Ensino Médico 1ª Ed.- Editora Coopmed-BH)