O capítulo 14 do livro Abordagens e Estratégias para a Saúde Pública e Saúde Coletiva 3, intitulado “Saúde Mental e Tecnologia: Possibilidades e Desafios”, aborda de forma abrangente os impactos da tecnologia na saúde mental. Escrito por uma equipe multidisciplinar composta por Augusto Molinaroli Melo, Fabrício Vieira de Sousa, Giselly Costa Silva Ramos, Isadora Souza Ferreira, Isis Carvalho Encarnação, Izadora de Castro Cardoso, Laís Felice Peixoto, Letícia Miranda Ubagai, Mayra Oliveira Coelho, Raissa Lima de Novais, Wesley Queiroz Santana e Adailton Borges de Oliveira, o texto examina tanto os riscos quanto as oportunidades proporcionadas pela revolução tecnológica no campo da saúde mental.
Principais Pontos do Capítulo
A tecnologia como aliada e desafio
O texto destaca que, apesar de os avanços digitais terem revolucionado a vida contemporânea, eles também trouxeram preocupações significativas. O uso excessivo da internet, por exemplo, tem sido comparado a vícios reconhecidos, como o uso de substâncias ou jogos de azar, e está associado a consequências como isolamento social, ansiedade e até aumento da mortalidade.
Por outro lado, as tecnologias digitais oferecem ferramentas inovadoras que podem beneficiar o cérebro em envelhecimento e promover saúde mental. Segundo Small et al. (2020), intervenções online, aplicativos móveis e plataformas de telepsiquiatria têm se mostrado eficazes para atividades neurais e formação cognitiva.
O equilíbrio entre benefícios e riscos
O capítulo apresenta uma visão equilibrada sobre o uso da tecnologia na saúde mental, analisando tanto os benefícios quanto os desafios. De acordo com Torous et al. (2020), aplicativos de saúde mental e dispositivos vestíveis, como smartwatches, podem melhorar a gestão do estresse e monitorar sinais precoces de condições como ansiedade e depressão. No entanto, o texto alerta para a necessidade de garantir padrões éticos, privacidade e segurança no uso dessas tecnologias.
Cenários emergentes e práticas inovadoras
Entre os estudos analisados, destaca-se o trabalho de Liu et al. (2023), que revelou melhorias na saúde mental por meio de intervenções tecnológicas voltadas para a promoção de atividades físicas. Além disso, dispositivos vestíveis e algoritmos avançados foram citados como ferramentas promissoras para monitorar e intervir em estados emocionais.
Outra abordagem relevante foi a utilização de tecnologias digitais em ambientes com recursos limitados, conforme revisado por Kaonga e Morgan (2019). Nessas situações, a tecnologia foi considerada viável e aceitável, com potencial para ampliar o alcance dos serviços de saúde mental.
Considerações Finais
O capítulo conclui que a integração de tecnologias digitais na saúde mental representa um avanço significativo, mas ressalta a importância de adotar essas ferramentas de forma ética e equilibrada. O uso estratégico da tecnologia pode transformar positivamente a assistência médica, promovendo intervenções mais eficazes e acessíveis, mas deve ser acompanhado por um compromisso com a segurança e o bem-estar dos pacientes.
Referência
Melo, A. M., Sousa, F. V., Ramos, G. C. S., Ferreira, I. S., Encarnação, I. C., Cardoso, I. C., Peixoto, L. F., Ubagai, L. M., Coelho, M. O., Novais, R. L., Santana, W. Q., & Oliveira, A. B. (2024). Saúde Mental e Tecnologia: Possibilidades e Desafios. In *Abordagens e Estratégias para a Saúde Pública e Saúde Coletiva 3* (Capítulo 14, pp. 152–159). Atena Editora.