De acordo com a entidade, atualmente cerca de 20% do mercado utiliza produtos que atendem as normas e garantem a eficácia contra infecção hospitalar
O CTH – Comitê Técnico Médico Hospitalar e ABINT (Associação Brasileira das Indústrias de Não tecidos e Tecidos Técnicos) alerta sobre o risco de utilizar produtos destinados ao mercado Médico Hospitalar (toucas, máscaras, jalecos, camisas, camisetas, calças, aventais, campos cirúrgicos, compressas, embalagens para esterilização, paramentação odonto-médico-hospitalar, curativos, protetor oftálmico e outros) fora das normas. Hoje, de acordo com estimativa da entidade, cerca de 20% do mercado consome kits de produtos cirúrgicos de não tecido, sendo os únicos que atendem às normas e garantem a eficácia contra infecção hospitalar.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), dos mais de 234 milhões de pacientes operados por ano no mundo, um milhão deles morrem em decorrência de infecções hospitalares e sete milhões apresentam complicações no pós-operatório. Um dos grandes desafios de um ambiente hospitalar é manter as equipes e os equipamentos seguros e estéreis contra contaminantes e infecções.
As normas visam estabelecer requisitos mínimos para parâmetros microbiológicos e físicos para garantir a segurança do usuário final, estabelecendo um padrão de qualidade, tanto para produtos nacionais, como importados. Produtos fora de norma aumentam os riscos de infecção hospitalar, comprometendo a saúde do paciente e do profissional de saúde. Em alguns casos, acarreta também aumento de custos na internação hospitalar.
De acordo com Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), que analisa os impactos ambientais potenciais ao longo da vida de um produto ou serviço, desde a extração da matéria-prima até a destinação final, feita pelo CTH, os produtos de não tecidos, além de atender as normas vigentes, são uma opção mais sustentável para as aplicações na área médica-hospitalar. Ao comparar com os produtos similares, o resultado apontou que os kits de não tecidos contribuem para minimizar as contaminações. Isso porque eles são produtos de uso único e, consequentemente, mais seguro e eficaz na prevenção de infecções.
Além disso, apresentaram melhor desempenho em funções como barreira física a fluidos. Segundo a avaliação, os kits cirúrgicos similares perdem a barreira após serem usados seis vezes. Sem falar na questão ambiental, esses itens utilizam produtos químicos para sua desinfecção, os quais são descartados no meio ambiente após seu uso. Além disso, por ser reutilizáveis, precisam de um processo de lavagem, o que aumenta consumo de água.
Segundo Michele Louise, coordenadora do CTH, as normas são essenciais para embasar a decisão do uso dos nãotecidos, principalmente por que estudos mostram que eles garantem a segurança, tanto do profissional da área medica quanto do paciente, estabelecendo um padrão referencial de qualidade. “Além de toda questão ambiental, podemos considerar os custos e, principalmente, os parâmetros de qualidade impostos pela norma. Se temos uma norma, ela tem que ser seguida”, enfatiza.
Parâmetros de qualidade: A Normalização para o segmento Médico Hospitalar é aplicada em aventais e campos cirúrgicos (NBR 16064), embalagens para esterilização (NBR 14990-6), máscaras cirúrgicas (NBR 15052) e aventais de procedimentos não cirúrgicos (NBR 16693). Essas normas estabelecem requisitos mínimos para parâmetros microbiológicos e físicos.
Os parâmetros microbiológicos são determinação de barreira microbiana, limpeza microbiana, limpeza de material particulado, desprendimento de partículas, resistência à penetração de líquidos, e os parâmetros físicos são resistência ao estouro e resistência à tração. Essa barreira determina a capacidade que o produto tem de reter micro-organismos. A limpeza microbiana mede o quanto o produto está livre de micro-organismos.
A limpeza de material particulado verifica se o produto está livre contaminação por partículas, que contaminam um material e podem ser liberadas, mas não são geradas pelo atrito. O desprendimento de partículas mensura a liberação de fragmentos de fibras e outras partículas durante o manuseio ou uso do produto. Estes fragmentos e partículas são originários do próprio artigo têxtil.
Sobre o CTH-ABINT: O Comitê Técnico Médico Hospitalar (CTH) é formado pelas empresas Lifemed, Lifetex, Maxipack, Planitrade, Sulgraffmed, Venkuri, Braskem, Berry, Fibertex e Fitesa e tem por objetivo promover as aplicações de nãotecidos no segmento médico-hospitalar, enaltecendo suas qualidades técnicas e sustentáveis.
Sobre a ABINT: Fundada em 1991, a Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos tem como objetivo representar, difundir e defender os interesses da indústria brasileira de Nãotecidos e Tecidos Técnicos, promovendo e apoiando o seu desenvolvimento e o crescimento do mercado de aplicações desses produtos, que são fundamentais a diversos e importantes setores da economia do país.