Introdução:
O Projeto Genoma Humano (PGH) tem o potencial de revolucionar a neurociência, desvendando os mecanismos intrincados do cérebro humano e abrindo caminho para o tratamento de doenças neurológicas. No entanto, essa revolução científica também traz consigo dilemas éticos complexos que exigem atenção. (SZENTE, 2000)
Avanços na Neurociência:
O PGH pode levar à determinação do diagrama completo das conexões cerebrais, impulsionando a neurociência a um novo patamar de compreensão da neurofisiologia, desenvolvimento e comportamento humano. A genômica já contribuiu significativamente para a neurobiologia, especialmente na clonagem posicional de mutações em camundongos e humanos, permitindo identificar genes relacionados a diversas doenças neurológicas. (SZENTE, 2000)
O Impacto do PGH nas Funções Neuronais Superiores:
Um dos desafios do PGH é o mapeamento de características complexas como inteligência, personalidade e aparência, que são influenciadas por milhares de genes. A pesquisa de Tsien e seus colegas (1999) demonstrou que a superexpressão do gene NR2B em camundongos transgênicos aumenta a capacidade de aprendizado e memória, o que gerou debates sobre a possibilidade de manipulação genética da inteligência. (SZENTE, 2000)
Dilemas e Considerações Éticas:
A possibilidade de manipular a inteligência e outras funções cerebrais levanta sérias preocupações éticas. A complexa interação entre genes e ambiente, a influência de fatores culturais e a possibilidade de consequências imprevistas exigem cautela na interpretação e aplicação dos resultados do PGH. (SZENTE, 2000)
Aplicações para Diagnóstico e Tratamento de Doenças Neurológicas:
O sequenciamento do genoma permitirá identificar as bases genéticas de milhares de doenças hereditárias, abrindo caminho para terapias genéticas inovadoras. O conhecimento do genoma humano já está sendo aplicado no diagnóstico de doenças como epilepsia e Alzheimer. (SZENTE, 2000)
Conclusão:
O PGH tem um potencial imenso para a neurociência, prometendo avanços no tratamento de doenças e na compreensão do cérebro humano. No entanto, é crucial que a comunidade científica e a sociedade estejam atentas aos desafios éticos e trabalhem juntas para garantir que essa poderosa ferramenta seja utilizada de forma responsável e para o benefício da humanidade. (SZENTE, 2000)
Referência:
SZENTE, M. Human Genome Project and Neuroscience. Global Bioethics, v. 13, n. 3-4, p. 21-28, 2000.
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