O tempo de sangramento (TS), tempo de coagulação (TC), prova do laço (PL) e retração do coágulo (RC) foram amplamente utilizados por décadas na avaliação da hemostasia, contudo entraram em desuso devido a:
- Baixa sensibilidade e especificidade. O tempo de sangramento, por exemplo, é influenciado por fatores como profundidade da incisão, temperatura ambiente e técnica do examinador. Os Resultados podem variar muito entre profissionais e ambientes, tornando o teste pouco confiável.
- Pouca utilidade clínica atual. A prova do laço, usada para avaliar fragilidade capilar (como em casos de dengue), não faz mais parte da rotina laboratorial, a retração do coágulo tem aplicação limitada e foi substituída por testes laboratoriais mais eficazes na avaliação da função plaquetária. O tempo de sangramento pode ser usado em locais sem acesso a testes automatizados, embora com cautela.
Hoje, exames como TAP (tempo de protrombina), TTPA (tempo de tromboplastina parcial ativado) e contagem de plaquetas automatizada oferecem resultados mais padronizados e reprodutíveis, contudo, a atividade do tempo de protrombina vem sendo abandonada, por não ter impacto clínico.
Testes como: agregação plaquetária, dosagem de fatores de coagulação e coagulograma completo substituíram os métodos antigos com mais precisão.
A melhor forma de suspender estes testes em desuso, é comunicar ao médico que estes testes não têm controle e não são realizados na rotina laboratorial, pois não são automatizados. Além disso, o laboratório pode anexar artigos que corroborem estes achados, e aos poucos os médicos vão mudando suas solicitações e utilizando testes que consigam predizer sangramentos.
Referências:
Rodgers RPC, Levin J. A Critical Reappraisal of the Bleeding Time. Semin Thromb Hemost. 2024 Apr;50(3):499-516. doi: 10.1055/s-0043-1777307. Epub 2023 Dec 12. PMID: 38086409.
Suspensão do tempo de sangramento. Suspensão do tempo de sangramento › Artigos | Fleury Medicina e Saúde: 2019.
Teixeira, JCC, Chicote, SE, Danese, ER. Não Conformidades identificadas durante as fases pré-analítica, analítica e pós analítica de um laboratório público de análises clínicas. Nucleus, v. 13, n. 1, p. 251-260, 2016.
Autor:
Dr. Arthur Calheiros Leite
Doutor Luiz Arthur Calheiros Leite, Especialista e Mestre em Hematologia, UNIFESP, Doutor em Bioquímica, UFPE. Autor de livro e coordenador da pós-graduação em hematologia laboratorial, Anhanguera. Speaker in Hematology.
Instagram: @drluizarthur
