Colaboração com a Universidade de Washington em pesquisa sobre bactérias intestinais pode resultar em diagnóstico e tratamento para crianças desnutridas. O estudo utilizará a tecnologia de edição de genoma da Merck
A Merck, importante empresa de ciência e tecnologia e líder em edição de genoma, anunciou hoje uma colaboração com a Universidade de Washington em St. Louis, Missouri, EUA, que poderia resultar na otimização de suplementos nutricionais para reconstituir uma flora intestinal (microbioma) saudável.
A colaboração, que se estenderá por dois anos, utilizará a CRISPR, tecnologia de edição de genoma da Merck em pesquisas realizadas pelo Dr. Jeffrey Gordon, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington. O objetivo da pesquisa é estabelecer as diferenças entre as floras intestinais de crianças saudáveis e desnutridas e identificar as características de uma flora intestinal saudável que são críticas para promover um crescimento saudável. Com isso, será possível desenvolver e otimizar estratégias de nutrição para reconstituir um microbioma normal, considerando-se que as intervenções nutricionais até a data não conseguiram solucionar esse problema.
“O desenvolvimento do microbioma intestinal é interrompido em crianças gravemente desnutridas, o que faz com que sua flora intestinal seja pouco amadurecida em comparação com a de crianças saudáveis”, disse Udit Batra, membro do conselho executivo da Merck e CEO da divisão de Ciências da Vida. “Nossa colaboração com o Dr. Jeffrey Gordon, o maior especialista no estudo do microbioma humano, se concentrará em maneiras de reparar e reconstituir um microbioma normal em crianças desnutridas. Usando a nossa tecnologia fundamental de edição de genoma, continuaremos trabalhando em colaboração com a comunidade científica global para descobrir como criar novos e interessantes tratamentos para muitas doenças.”
As tesouras moleculares baseadas em CRISPR abriram novas possibilidades para a medicina e a biotecnologia. Assim como um processador de texto que localiza, elimina e substitui palavras ou letras, esses complexos de proteínas de RNA da CRISPR procuram sequências específicas em uma célula, as cortam e permitem que a célula insira novas informações de DNA. Como parte dessa colaboração com o grupo do Dr. Gordon, a Merck utilizará suas tesouras de genoma baseadas em CRISPR para modificar a sequência de DNA de micróbios cultivados a partir de amostras do microbioma intestinal humano. Os resultados ajudarão os pesquisadores a obter informações novas e essenciais sobre as funções e necessidades nutricionais dos micróbios.
“Nosso objetivo comum é aplicar a tecnologia de edição de genoma para entender melhor os mecanismos pelos quais os micróbios benéficos do intestino humano promovem o crescimento saudável das crianças”, disse o Dr. Jeffrey Gordon, diretor do Centro Edison Family de Ciências do Genoma e Biologia de Sistemas da Universidade de Washington. “Ao associar essa tecnologia aos nossos modelos pré-clínicos, podemos decifrar como os micróbios intestinais se estabelecem no intestino em desenvolvimento, quais nutrientes são necessários para sustentar esses micróbios e como a flora intestinal influencia o crescimento dos músculos e dos ossos, o amadurecimento do nosso sistema imunológico e um metabolismo saudável.
“O desenvolvimento de uma flora intestinal saudável está associado ao crescimento saudável de bebês e crianças. Os resultados dessa colaboração deverão contribuir para os nossos esforços constantes para encontrar maneiras novas, seguras e culturalmente aceitáveis de reparar a flora intestinal em desenvolvimento de crianças desnutridas e crianças que correm risco de desnutrição. Essas descobertas facilitarão o desenvolvimento de novos tipos de alimentos para a flora intestinal, compostos de ingredientes naturais e que aumentarão o número e as funções benéficas de cepas bacterianas que ocorrem naturalmente nas floras intestinais imaturas dessas crianças”, acrescentou o Dr. Gordon.
A Merck trabalha em edição de genoma há 13 anos e foi a primeira empresa do mundo a oferecer biomoléculas personalizadas para edição de genoma (íntrons do grupo II guiados de RNA TargeTron™ e nucleases de dedo de zinco Compor™), promovendo a adoção dessas técnicas por pesquisadores de todo o mundo. A Merck foi também a primeira empresa a criar as bibliotecas CRISPR organizadas, cobrindo todo o genoma humano, acelerando assim a cura das doenças por permitir que os cientistas estudem mais aspectos relacionados às causas subjacentes.
Como uma empresa que tem estado altamente envolvida na inovação na edição de genoma, a Merck reconhece que a edição de genoma resultou em importantes avanços positivos em pesquisa biológica e em medicina. Ao mesmo tempo, o crescente potencial das tecnologias de edição de genes abriu as portas para preocupações científicas, jurídicas e sociais. Por ser tanto usuária quanto fornecedora de tecnologia de edição de genes, a Merck apoia a pesquisa com edição de genoma sob cuidadosa consideração de padrões éticos e legais. A Merck estabeleceu um Painel Consultor de Bioética a fim de proporcionar orientação para pesquisa na qual suas empresas estão envolvidas, e definiu uma posição operacional clara levando em consideração questões científicas e sociais, sem bloquear, no entanto, qualquer abordagem terapêutica promissora para o uso em pesquisa e aplicações.