Livro traz informações para leigos, reforçando que a doença pode ser tratada no SUS, é benigna e na maioria dos casos nem precisa de tratamento
Durante os últimos 10 anos, os ginecologistas Ricardo Lasmar, Paulo Barrozo e Bernardo Lasmar concentraram suas energias em escrever um livro dedicado às pacientes e não à comunidade científica como estavam acostumados. Depois de tanto tempo lendo, relendo e burilando o texto, nasceu a obra “Tenho mioma, o que fazer?”, já disponível em todo o Brasil.
“A dificuldade de encontrar as palavras certas para ser entendido por leigos foi o que consumiu a maior parte desse tempo”, conta Ricardo Lasmar. “Não é fácil adequar a linguagem técnico-científica para o coloquial”.
A doença atinge cerca de 70% das mulheres brasileiras. Quando exige tratamento, pode ser feito no SUS (Sistema Único de Saúde). Porém, estes casos não são regra.
“A maioria, algo em torno de 60%, não necessita de tratamento, pois estes miomas são do tipo benigno. Eles podem ficar no organismo sem causar danos”.
Detectados facilmente com um exame de ultrassonografia, os miomas muitas vezes são confundidos com gestações. Os mitos que envolvem a doenças ainda assombram as mulheres.
“Colocamos no livro os folclores sobre a questão. Tem um que diz que eles comem o feto, têm dentes e cabelo. Isso porque o mioma subseroso pode causar aumento do abdômen, levando algumas mulheres a crer que estão grávidas. Então, por mais absurdo que pareça, disseminou-se a ideia surreal de que miomas se alimentam de bebês”.
A obra foi publicada pela Editora da Universidade Federal Fluminense e pode ser comprada no site da Eduff (http://www.eduff.uff.br/) e na Livraria da Travessa (https://www.travessa.com.br/), no Rio de Janeiro.
Sobre o próximo projeto, Ricardo já definiu mote e público: endometriose para leigos.