Algoritmo que segmenta a próstata, desenvolvido em Harvard em parceria com a Dasa, foi treinado, validado e passará a fazer parte do fluxo de elaboração de laudos em uma das unidades laboratoriais da empresa.
Hoje, a medida padrão para definir o volume da próstata é resultado de um cálculo feito pelo radiologista, que considera as dimensões dos três eixos da glândula, de um lado a outro e de baixo para cima. No time da Dasa, porém, esse procedimento está dando lugar a outro mais inovador, que será integrado no fluxo da empresa. Trata-se de um algoritmo de Inteligência Artificial (IA) que “desenha” em poucos segundos a próstata a partir do exame de ressonância magnética (MRI), permitindo indicar de forma assertiva se há, ou não, aumento de dimensões da glândula. “O algoritmo de IA elimina as tarefas burocráticas para que possamos nos concentrar mais no diagnóstico”, explica o radiologista Leonardo Kayat, do time de especialistas em próstata da Dasa. O médico participou da idealização do algoritmo, cujo modelo de machine learning foi desenvolvido pelo Center for Clinical Data Science (CCDS), da Universidade de Harvard, EUA, dentro da parceria estabelecida com a Dasa desde 2018, a um investimento de US$ 2 milhões feito pela empresa brasileira.
A conquista é fruto de uma construção coletiva do começo ao fim, da ideia médica à solução: “Com os dados e comentários da Dasa, construímos um modelo para segmentar a próstata na ressonância magnética e calcular o volume por meio de um relatório automatizado”, explica Ittai Dayan, Diretor Executivo de Estratégia, Pesquisa & Operações Clínicas no CCDS. Com a criação do algoritmo no início deste ano, a equipe DasAInova, dedicada à Inteligência Artificial, debruçou-se no treinamento, validação e integração da novidade ao fluxo de confecção do laudo. Nesta etapa, Kayat, que participou da idealização do algoritmo, voltou ao processo para verificar o desempenho da solução na prática.
“Além da construção conjunta com os médicos que estão na ponta, nós também temos médicos no nosso time que trabalham ao lado dos profissionais de TI e engenheiros, são radiologistas que sabem programar e ajudam a fazer a ponte entre medicina e TI”, pontua Felipe Kitamura, head de IA na Dasa, que coordenou o trabalho no Brasil. Kitamura, radiologista reconhecido pela dedicação ao desenvolvimento de IA, comemora a inovação especialmente porque não conhece outro algoritmo similar em uso no mundo. Por ser uma tecnologia nova na medicina, ainda demanda um grande esforço para que, na prática, funcione com qualidade.
No processo de validação da integração do algoritmo, foi realizado um estudo que avaliou 200 exames do banco de dados da Dasa, pelo médico Kayat. E quando o algoritmo começou a ser testado nos exames novos de uma das unidades laboratoriais da Dasa, o Multi-Imagem, no Rio de Janeiro, ele foi novamente aprovado, partindo para um processo de expansão.
“Com a ressonância cada vez mais tecnológica, é igualmente importante investir em um time de referência”, enfatiza o diretor médico da Dasa, Roberto Blasbalg. No time estão os médicos Leonardo Kayat, Fernando Yamauchi e Cassia Tamura. “Quando a detecção é precoce, por meio do rastreamento, é possível evitar metástases em ossos e outros órgãos, preservando a vida com melhor qualidade; e em alguns casos de tumores menos agressivos ou menores, é possível acompanhar e prescindir de tratamento incisivo”, explica Kayat sobre a importância da medicina de precisão.
Com informações de DASA.