Doença assintomática pode apresentar anticorpos por mais de 12 semanas. Grávidas também devem ser acompanhadas.
Novas descobertas sobre o vírus da Zika levaram o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos a considerarem a realização dos exames de IgM para Zika como teste pré-concepcional. Essas novas recomendações se aplicam a áreas de transmissão ativa da doença, incluindo grande parte do Brasil.
“Inicialmente, não havia bons testes de laboratório para Zika, mas agora temos exames para anticorpos tipo IgM contra Zika e exames de diagnóstico molecular (PCR) para identificar a presença do vírus em uma janela de cerca de dez dias na infecção aguda. Os exames são especialmente importantes em grávidas, por causa da possibilidade de transmissão ao feto com doenças graves, como a microcefalia”, destaca a diretora técnica do laboratório Geraldo Lustosa, Luisane Vieira.
As novas descobertas apontam que os anticorpos tipo IgM podem persistir por 12 semanas ou mais. Assim, uma grávida que faça esse exame no começo da gestação pode, na verdade, ter adquirido a doença antes, e não durante a gravidez.
De acordo com a atualização do CDC, determinar a data provável da infecção é importante porque o risco mais alto para o feto está associado à infecção no primeiro trimestre da gestação. “A recomendação é realizar uma triagem com o teste de sorologia (IgM) em todas as mulheres que desejam engravidar ou gestantes em início de pré-natal quanto à exposição anterior ao vírus da Zika. Temos ainda o exame PCR para todas aquelas que apresentarem sintomas durante a gravidez ou que tenham parceiros infectados com Zika”, explica a médica.
Para mulheres que estejam grávidas ou com a intenção de engravidar, pode ser indicada a repetição do exame IgM positivo após 3 meses, para avaliar sua diminuição (esperada à medida que passe o tempo após a infecção).
“É importante que os médicos orientem as gestantes quanto às limitações dos exames para Zika, tanto IgM (que pode estar positivo devido a uma infecção prévia à gravidez), quanto ao PCR, que pode ser negativo por ter sido coletado em período sem a presença do RNA do vírus. Os conhecimentos sobre a Zika e seus exames estão em constante evolução e trazem esperança para a redução dos danos causados por esta virose”, conclui Luisane.
Leia a recomendação do CDC na íntegra neste link (em inglês).
Fonte: Eh Up Comunicação
Foto: Pedro Vilela