Introdução:
Pesquisadores da Universidade do Colorado analisaram a estabilidade e mudanças nos escores de QI verbal, não verbal e total em estudantes ao longo de seu desenvolvimento escolar. O estudo, publicado em relatório financiado pelo Office of Education dos Estados Unidos, questiona a constância dos escores de QI em diferentes testes aplicados entre o 1º e o 11º anos escolares, oferecendo insights valiosos para a interpretação dos resultados de inteligência em crianças e adolescentes.
Contexto e Motivação:
Desde a popularização do conceito de QI em 1916, educadores e psicólogos têm debatido a estabilidade desses escores ao longo do tempo. Este estudo buscou explorar lacunas significativas na literatura, como a escassez de dados sobre testes grupais, especialmente aqueles administrados durante os primeiros anos escolares. A pesquisa visou determinar o quanto os escores de QI refletem mudanças duradouras e sua aplicabilidade para prever o desempenho futuro.
Metodologia e Abordagem:
O estudo analisou dados de dois grupos de estudantes, abrangendo o 1º, 2º, 4º, 7º, 9º e 11º anos, com amostras provenientes de um distrito escolar em Boulder, Colorado. Utilizando testes amplamente aplicados na época, como o California Test of Mental Maturity (CTMM) e o Lorge-Thorndike (L-T), os pesquisadores calcularam coeficientes de estabilidade para escores de QI verbal, não verbal e total. Análises estatísticas detalhadas, incluindo correção para variabilidade terminal, foram empregadas para aumentar a precisão dos resultados.
Descobertas e Resultados:
Os escores de QI verbal apresentaram maior estabilidade em comparação aos escores não verbais, especialmente após o 4º ano. No entanto, antes dessa etapa, ambos os tipos de escores mostraram considerável variabilidade. Escores totais, derivados de médias entre verbal e não verbal, mostraram-se ligeiramente mais estáveis. “A análise confirma que a estabilidade significativa dos escores verbais ocorre por volta do 4º ano escolar, enquanto os escores não verbais alcançam estabilidade comparável apenas no 7º ano”, destacou Kenneth D. Hopkins, principal autor do estudo.
Implicações e Aplicações Práticas:
As descobertas alertam para a cautela na interpretação de escores de QI, particularmente em crianças do 1º e 2º anos, devido à variabilidade significativa nessa faixa etária. Os resultados também indicam que diferenças entre QI verbal e não verbal só devem ser consideradas confiáveis a partir do 7º ano. Educadores e psicólogos podem usar esses dados para ajustar avaliações e estratégias de ensino, otimizando o apoio aos alunos.
Autoria e Publicação:
O estudo foi conduzido por Kenneth D. Hopkins e sua equipe na Universidade do Colorado, com financiamento do Office of Education, Department of Health, Education, and Welfare dos Estados Unidos. O relatório final foi publicado em 1971 como parte de uma série de investigações sobre o uso de testes de inteligência em grupos escolares.
Conclusão e Perspectivas Futuras:
A pesquisa sublinha a importância de compreender as limitações dos escores de QI, especialmente em idades precoces. Estudos futuros podem aprofundar a análise das diferenças entre QI verbal e não verbal e investigar como fatores culturais e ambientais influenciam a estabilidade desses escores. Avanços nesse campo podem melhorar a aplicação de testes de inteligência, garantindo uma avaliação mais justa e eficaz para diversos contextos educacionais.
Referência do Artigo:
HOPKINS, Kenneth D. *The Stability and Change of Language and Non-Language IQ Scores*. University of Colorado, Boulder, Colorado, 1971.