Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
Introdução
As doenças neurodegenerativas representam um grupo complexo de patologias que, além de serem incuráveis, evoluem lentamente, levando à morte neuronal e, consequentemente, à demência. A demência, caracterizada por uma ampla gama de déficits cognitivos, como perda de memória, confusão mental e alterações de personalidade, resulta em uma degradação progressiva das funções mentais. Essas doenças, que afetam de maneira profunda a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, exigem um diagnóstico precoce e abordagens terapêuticas que, embora não curativas, visam retardar o avanço dos sintomas e melhorar a funcionalidade cognitiva (Rodrigues, 2022).
Principais Doenças Neurodegenerativas Associadas à Demência
A Doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência. É marcada por uma deterioração progressiva das funções cognitivas, causada pelo acúmulo de proteínas beta-amilóide no cérebro, que leva à formação de placas que resultam em inflamação e morte neuronal. Além disso, a falha na estabilização dos microtúbulos, devido às traças neurofibrilares, contribui para o quadro degenerativo. Atualmente, o tratamento da DA inclui inibidores de acetilcolinesterase, como Donepezila e Rivastigmina, e o uso do fármaco Memantina, que visam melhorar os níveis de acetilcolina, um neurotransmissor crucial para a memória (Yiannopoulou, 2020).
Outra doença significativa é a Doença de Parkinson (DP), conhecida pelo tremor característico e pela bradicinesia, além de problemas cognitivos que afetam a memória e a capacidade de resolver problemas. A DP está relacionada à degeneração das células da substância negra, que são responsáveis pela produção de dopamina. O tratamento envolve tanto medicamentos dopaminérgicos, como Levodopa, quanto terapias físicas para ajudar na reabilitação motora dos pacientes (Aarsland, 2021).
A Doença de Corpos de Lewy (DCL) é caracterizada por uma combinação de sintomas de demência, parkinsonismo, e distúrbios de sono REM. O diagnóstico é complicado devido à sobreposição de sintomas com outras condições, como o Alzheimer e o Parkinson. Embora os inibidores de acetilcolinesterase possam ser eficazes, medicamentos comuns para Parkinson, como Levodopa, podem piorar os sintomas de alucinação associados à DCL (Hershey, 2019).
Abordagens Terapêuticas e Considerações Finais
O manejo das doenças neurodegenerativas que levam à demência é complexo e multifacetado. Além dos tratamentos farmacológicos mencionados, há uma crescente ênfase em intervenções não farmacológicas, como terapias ocupacionais, exercícios físicos e apoio psicossocial, que são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, a chave para um tratamento mais eficaz reside em um diagnóstico precoce, permitindo intervenções que possam retardar a progressão da doença.
Em conclusão, enquanto as doenças neurodegenerativas continuam a desafiar a medicina com sua complexidade e resistência a curas, o avanço em pesquisas sobre seus mecanismos subjacentes oferece esperança de tratamentos mais eficazes e personalizados no futuro. A compreensão das diferentes formas de demência e suas causas é essencial para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas que possam minimizar o impacto devastador dessas condições na vida dos pacientes e suas famílias (Rodrigues, 2022).
Referências:
RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela. Quais Doenças no Cérebro Levam à Demência? Caderno Científico de Neurologia, v. 5, n. 2, p. 1-12, 2022. DOI: 10.38087/2595.8801.149.
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