Os exames moleculares já fazem parte da rotina de muitos laboratórios. Ao longo das últimas décadas evoluíram de forma considerável, pois além de se tornaram mais acessíveis, aumentaram a usabilidade. Várias são as aplicabilidades na área médica, que vão desde o diagnóstico de doenças infecciosas e desordens genéticas, na triagem de amostras, em bancos de sangue, na predição de estruturas proteicas no estudo da proteômica e até mesmo o prognóstico de doenças como o câncer.
Outra área em grande desenvolvimento na área de saúde é a Inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT- internet of things), que se tornou uma das tecnologias mais importantes para o século XXI.
Agora imagine unir tudo isso: IoT, inteligência artificial e diagnóstico molecular.
A IoT traz benefícios para profissionais de saúde, pacientes, pesquisadores e indivíduos como um todo, pois ela permite que dispositivos médicos sejam conectados à internet. Porém um dos grandes desafios e cuidados, está na segurança desses dados, tanto no decorrer da sua transmissão, quanto no armazenamento e compartilhamento. No Brasil e no mundo existe um código de ética médica que determina o sigilo das informações sobre a saúde de cada paciente. Ainda assim, não existe uma regulamentação que acompanhe a velocidade dos progressos dessas ferramentas.
Essa área está em tanta expansão que já até recebeu uma espécie de subdivisão, sendo chamada de “Internet of Medical Things”, ou IoT.
São muitos os dispositivos inteligentes. Existem os chamados dispositivos externos, que utilizam biossensores que monitoram aspectos da saúde do usuário; os dispositivos internos, que são implantados para dar suporte ou até mesmo substituir um órgão ou estrutura biológica que esteja com problemas; E os dispositivos fixos, que são os equipamentos presentes em clínicas e hospitais, operadas por especialistas e usadas pelos pacientes somente com supervisão médica.
Exemplos de dispositivos na medicina: leitos hospitalares inteligentes, sensores ingeríveis, monitoramento contínuo inteligente de glicose, marcapassos inteligentes, aparelhos para o diagnóstico molecular monitorados por inteligência artificial, etc.
Apesar de parecer algo vindo dos filmes de ficção ou de um futuro inimaginável, a IoT é uma realidade para laboratórios, indústrias e empresas de tecnologia, que têm se unido para desenvolver dispositivos altamente relevantes.
Falarei sobre as principais novidades que envolvem estes dois mundos: a biologia molecular e tecnologia, justamente para quem deseja se atualizar sobre as inovações na medicina. Vamos lá?
Na área de diagnóstico molecular, os laboratórios de análises clínicas necessitam de soluções para oferecer resultados cada vez mais precisos, com alta especificidade e sensibilidade. Mas sabemos que além disso é necessário que haja pessoas capacitadas, equipamentos e insumos caros, além de uma logística para atender a demanda de testes, o que muitas vezes dificulta a entrega dos laudos, no tempo desejado.
Pensando nessas necessidades, uma empresa de Curitiba (Hilab), pioneira em testes laboratoriais remotos, criou uma solução inovadora, um exame de biologia molecular para Covid-19, no qual utiliza a internet das coisas e inteligência artificial para detectar o RNA do SARS-CoV-2 e suas variantes, com resultado em até 1 hora. O teste é realizado, a partir de amostras de nasofaringe.
A tecnologia utilizada é o PCR-LAMP, uma variação da PCR convencional na qual a amplificação do material genético exige pouco ou nenhum tratamento prévio das amostras e ocorre em uma temperatura constante. O resultado da reação pode ser observado no próprio tubo, sem a necessidade de eletroforese.O leitor do teste molecular, que cabe na palma da mão, realiza uma detecção colorimétrica, utilizando um corante sensível à mudança de pH, rapidamente interpretando o resultado do exame. Este resultado é determinado por Inteligência Artificial, e o laudo é confirmado e assinado por um Biomédico com o auxílio da Internet das Coisas. E isso é possível, pois o equipamento gera e envia através da internet as informações ao laboratório central da empresa e lá, um profissional de saúde habilitado gera e valida o resultado do exame, emite e assina o laudo digital, envia o laudo ao paciente via e-mail e SMS.
Com a alta demanda de exames por conta da pandemia de coronavírus, contratar um laboratório de apoio pode ser a solução ideal e simples, sem precisar investir em novos equipamentos e infraestrutura.
Referências Bibliográficas:
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S. Vishnu, S. R. J. Ramson and R. Jegan, “Internet of Medical Things (IoMT) – An overview”, 2020 5th International Conference on Devices, Circuits and Systems (ICDCS), 2020, pp. 101-104, doi: 10.1109/ICDCS48716.2020.243558. https://ieeexplore.ieee.org/abstract/document/9075733
Yang, T.; Gentile, M.; Shen, C.-F.; Cheng, C.-M. Combining Point-of-Care Diagnostics and Internet of Medical Things (IoMT) to Combat the COVID-19 Pandemic. Diagnostics 2020, 10, 224. https://doi.org/10.3390/diagnostics10040224 https://www.mdpi.com/2075-4418/10/4/224#cite
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