Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
Resumo
Negacionismo, histeria, necessidade de chamar a atenção e narcisismo são comportamentos frequentemente discutidos na contemporaneidade, especialmente em uma sociedade como a brasileira, considerada a mais ansiosa do mundo. Esses comportamentos, derivados de uma cultura que gera ansiedade constante e intensificada, resultam em perturbações que não necessariamente têm origem genética, mas que podem ser transmitidas às gerações futuras.
Comportamentos criam rastros que passam de geração em geração, refletindo nas perturbações das personalidades dramáticas que adoecem a sociedade e elevam a ansiedade, gerando comportamento antissocial generalizado.
Palavras-chaves: Transtornos, Sociedade, Cérebro, Mídia, Emoções.
Introdução
Este artigo explora a natureza dos transtornos de personalidade dramática, que são caracterizados por comportamentos como ansiedade excessiva, narcisismo, egocentrismo, negacionismo e propagação de fake news. Esses transtornos incluem transtorno de personalidade histriônica (TPH), transtorno de personalidade narcisista (TPN), transtorno de personalidade limítrofe (TPL) e transtorno de personalidade antissocial (TPAS). A análise destaca que esses comportamentos estão enraizados no instinto humano e na necessidade de liberação de neurotransmissores que promovem bem-estar e felicidade, porém, manifestam-se de maneira disfuncional em um contexto cultural inadequado.
Comportamentos e Neurotransmissores
Os comportamentos dramáticos resultam da necessidade de liberação de neurotransmissores como dopamina e serotonina. A ansiedade, por exemplo, está associada ao impacto de neurotransmissores como cortisol, noradrenalina e adrenalina, e pode ser exacerbada pela hiperatividade da amígdala e a inibição do hipocampo. A incoerência comportamental, muitas vezes percebida como falta de inteligência, é, na verdade, uma consequência do predomínio da emoção sobre a razão, devido à necessidade emocional intensa.
Ansiedade e Incoerência
Estudos indicam que células de ansiedade no hipocampo, região que regula a memória, são produzidas no hipotálamo, que também regula hormônios emocionais como a dopamina e a serotonina. A amígdala, quando ativada, interfere no eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal (HPA), desencadeando respostas ao estresse. A exposição contínua ao cortisol pode levar à disfunção e à morte dos neurônios hipocampais, influenciando a capacidade de memória e a resposta ao estresse.
Neurotransmissores Envolvidos
A serotonina (5-HT) e o ácido gama-aminobutírico (GABA) desempenham papéis cruciais na regulação da ansiedade. A serotonina tem um duplo papel, sendo ansiogênica na amígdala e ansiolítica na matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD). Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) prolongam a ação da serotonina nos receptores, inibindo sua recaptação e aumentando os receptores para glicocorticóides no hipocampo. O GABA, principal neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central, reduz o funcionamento de grupos neuronais do sistema límbico, responsáveis pela integração das reações de defesa contra ameaças.
Conclusão
A sociedade brasileira está imersa em um circuito de incoerência, onde transtornos de personalidade dramática prevalecem, intensificando a ansiedade e gerando comportamentos antissociais. A cultura, aliada a fatores sociais e econômicos, exacerba esses transtornos, que podem ter implicações genéticas futuras. Para mitigar esses efeitos, é essencial a implementação de terapias como a neuroterapia e a psicoconstrução, focadas na neuroplasticidade e na modulação dos neurotransmissores.
Referência:
Rodrigues, F. de A. (2021). Circuito da Incoerência: A Sociedade Brasileira Sofre de Perturbações das Personalidades Dramáticas. Revista Científica de Neurociências, 10(1), 1-17.
DOI: 10.38087/2595.8801.100
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