Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
Resumo
Na contemporaneidade, diversos tipos de vícios, incluindo aqueles provocados por substâncias psicoativas, têm sido objeto de estudo intensivo. Este artigo analisa o comportamento e a genética dos usuários dessas substâncias, utilizando uma revisão bibliográfica das últimas duas décadas. A pesquisa evidencia uma relação constante entre substâncias psicoativas e vícios, oferecendo uma compreensão mais profunda sobre a genética envolvida nesses comportamentos.
Palavras-chave: Genética, Vícios, Substâncias psicoativas.
Introdução
Os vícios representam um conjunto diversificado de doenças comuns e complexas, vinculadas a fatores etiológicos genéticos e ambientais. Estudos genéticos, como mencionado por Alvarez et al. (2013), ajudam a desestigmatizar o vício, promovendo tratamentos mais imediatos e individualizados. Os vícios são caracterizados pelo uso compulsivo de uma droga ou atividade, resultando em comportamentos desadaptativos e destrutivos, que eventualmente levam à perda do controle volitivo (Araujo et al., 2013). O objetivo deste artigo é analisar as alterações comportamentais e genéticas dos usuários de substâncias psicoativas.
Material e Métodos
Este estudo é uma revisão bibliográfica, conforme delineado por Gil (2018), que visa expor os atributos de determinado fenômeno ou a relação entre variáveis. A análise qualitativa se baseia na interpretação de fenômenos e na imputação de resultados obtidos de fontes literárias dos últimos 20 anos.
Resultados e Discussão
Os vícios, incluindo transtornos por uso de substâncias (SUDs), são condições multifásicas
que requerem exposição a um agente causador de dependência. Fatores intrínsecos (genótipo, sexo, idade) e extrínsecos (disponibilidade de drogas, suporte social) influenciam a probabilidade de uso inicial e a progressão para um padrão patológico de uso (Maciel et al., 2013). Mudanças neuroadaptativas resultantes da exposição repetitiva a agentes aditivos promovem comportamentos de busca de drogas e levam a padrões persistentes e descontrolados de uso (Matta, Gonçalves, Bizarro, 2014).
Abordagens Genéticas
A identificação de genes relacionados ao vício utiliza métodos de análise de genoma e estudos de genes candidatos, que podem acessar fenótipos intermediários (Paula et al., 2014). Estudos com modelos animais revelam associações entre fenótipos neurobiológicos e comportamentos de vício, permitindo manipulações genéticas e ambientais que são inacessíveis em humanos (Henrique et al., 2013). Herança e Mudanças ao Longo da Vida Evidências de estudos de família, adoção e gêmeos indicam a relevância dos fatores genéticos no desenvolvimento de vícios, com herdabilidades médias variando de acordo com a substância (Santos, Rocha, Araujo, 2014). A influência genética no risco de SUDs muda ao longo da vida, com um aumento da importância relativa do genótipo à medida que os indivíduos amadurecem (Maciel et al., 2013).
Considerações Finais
A vulnerabilidade ao vício pode ser modulada por proteínas mutantes que alteram a estrutura ou funcionamento de circuitos cerebrais. A combinação de abordagens genéticas com fenótipos restritos pode facilitar a identificação de genes de vulnerabilidade ao vício, promovendo intervenções preventivas e terapêuticas mais eficazes.
Referência:
Silveira, F. M., Rodrigues, F. de A. A., & Oh, H. (2022). A genética do comportamento:
Transtorno por uso de substâncias psicoativas. Revista Científica de Neurociências, 5(1), 47-
60. DOI: 10.38087/2595.8801.123.
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