Autoras: Morgana Holtermann Fritzen1, Allyne Cristina Grando1
RESUMO
Introdução: Dentre as dietas seguidas pelas populações ocidentais, destaca-se a onívora, onde são ingeridos todos os tipos de alimentos, de carnes à verduras e frutas. Porém, nos últimos anos, vem crescendo os adeptos às dietas vegetarianas. Estas tem algumas subdivisões, onde as duas principais são: a ovo-lacto vegetariana, onde os indivíduos favoráveis não ingerem carne, mas sim ovos, leite e derivados; e a vegetariana estrita, onde não é ingerido nada advindo de animais, mas sim verduras, cereais, frutas e grãos. As dislipidemias são conhecidas como o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, coronarianas e arteriais e apresentam-se muito associadas as altas concentrações de Colesterol Total, Lipoproteína de Baixa Densidade e Triglicerídeos. Os principais responsáveis por essas alterações são a alimentação inadequada, sedentarismo e fatores genéticos. Objetivo: Comparar os índices do perfil lipídico nas dietas onívora, ovo-lacto vegetariana e vegetariana através de uma revisão da literatura. Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura através das plataformas SciElo, PubMed e Periódicos CAPES, nos idiomas português e inglês, dos últimos 20 anos. Resultados: As dietas vegetarianas, seja ovo-lacto ou estrita, estão associadas à uma considerável diminuição de Colesterol Total e Lipoproteína de Baixa Densidade. Todavia, estudos também verificaram que alguns indivíduos vegetarianos possuem maiores índices de Triglicerídeos em comparação aos onívoros. Conclusões: Pode-se considerar a inclusão de dietas com restrição de produtos de origem animal, em especial a vegetariana estrita, como auxílio na prevenção de doenças advindas de dislipidemias ou medida alternativa de tratamento das mesmas.
Palavras chave: Vegetarianos; Onívoros; Ovo-Lacto Vegetarianos; Perfil Lipídico; Dietas Vegetarianas; Lipídeos Plasmáticos.
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a Acadêmica do Curso de Biomedicina da Universidade Luterana do Brasil – Canoas/RS
b Professora Mestra Adjunta do Curso de Biomedicina da Universidade Luterana do Brasil – Canoas/RS
ABSTRACT
Introduction: Among the diets followed by occidental populations, the omnivorous one stands out, in which all types of food are eaten, from meats to vegetables and fruits. However, in the past few years, followers of vegetarian diets have grown. These have some subdivisions, which the two main ones are: lacto-ovo vegetarian, which the favorable individuals do not eat meat, but they eat eggs, milk, and dairy products; and the vegan one, which nothing from animals are ingested, but they eat vegetables, cereals, fruits, and grains. Dyslipidemias are known as the main risk factor for the development of cardiovascular, coronary, and arterial diseases, and they are highly associated with high concentrations of Total Cholesterol, Low Density Lipoprotein, and Triglycerides. The main factors responsible for these changes are inadequate nutrition, physical inactivity, and genetic factors. Objective: To compare the indexes of the lipid profile in the omnivorous, lacto-ovo vegetarian, and vegan diets through a literature review. Methods: A literature review was made in the SciElo, PubMed, and Periódicos CAPES databases, in Portuguese and English, of the last 20 years. Results: Vegetarian diets, whether lacto-ovo or vegan, are associated with a considerable decrease in Total Cholesterol and Low Density Lipoprotein. In addition, studies have also found that some vegetarian individuals have higher levels of triglycerides compared to omnivores. Conclusions: The inclusion of diets with restriction of animal products, especially vegans, can be considered as an aid in the prevention of diseases arising from dyslipidemia or an alternative measure for their treatment.
Keywords: Vegetarians; Omnivorous; Lacto-Ovo Vegetarians; Lipid Profile; Vegetarian Diets; Plasma Lipids.
INTRODUÇÃO
A Dislipidemia é o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, coronarianas, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças arteriais (1–6). Em especial, as doenças cardiovasculares estão muito associadas as altas concentrações de Colesterol Total (CT), Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL) e Triglicerídeos (TG). Apesar de muitos fármacos serem utilizados para a redução destas concentrações, a modificação na dieta e estilo de vida são essenciais para a prevenção e manejo de dislipidemias e doenças cardiovasculares (1,2).
Dietas vegetarianas podem ser classificadas em três categorias: ovo-lacto-vegetariana, onde são incluídos ovos, leite e seus derivados; lacto-vegetariana, a qual se inclui apenas leite e laticínios; e vegetariana estrita, conhecida popularmente como vegan ou vegana, a qual não se incluem qualquer tipo de produto de origem animal (3,7).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), dietas com teor elevado de gordura saturada, sedentarismo e fatores genéticos são possíveis responsáveis pelo aumento dos níveis de colesterol total e, mundialmente, um terço das doenças arteriais e coronarianas são atribuídas pelos altos índices de colesterol no sangue (6). Sendo assim, nos últimos anos, foram reforçadas as diretrizes nutricionais que optam por uma dieta com padrão alimentar saudável, que deve ocorrer através do incentivo à alimentação saudável, orientação a respeito da escolha dos alimentos, modo de preparo, quantidade e substituições, juntamente com a mudança no estilo de vida (5).
Conforme o Posicionamento da Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos (2015), apesar de haver alguns riscos de deficiência de nutrientes comparada aos onívoros, a dieta vegetariana se mostra muito mais vantajosa na prevenção de doenças crônicas (8). Além disso, vegetarianos comprovadamente possuem pressão arterial reduzida, menor prevalência de hipertensão arterial mesmo com índice de massa corporal (IMC) próximo (1,9), menores concentrações de marcadores inflamatórios como, por exemplo, a proteína C reativa, melhora da sensibilidade à insulina e melhores controles glicêmicos em pacientes com diabetes em comparação aos onívoros (1).
O possível benefício da dieta vegetariana estrita, seria pela sua relação com o baixo consumo de gorduras saturadas pela alta ingesta de plantas, óleos e proteínas vegetais, sementes e fibras que diminuem os lipídeos séricos e podem melhorar as funções endoteliais (10). Dietas vegetarianas com adequado equilíbrio podem vir a prevenir deficiências nutricionais ou algumas doenças crônicas, em comparação com dietas baseadas em alto consumo de produtos de origem animal (11).
Portanto, o objetivo deste trabalho foi comparar os índices do perfil lipídico nas dietas onívora, ovo-lacto vegetariana e vegetariana através de uma revisão da literatura.
METODOLOGIA
Este trabalho consiste em uma revisão da literatura científica descritiva, onde a seleção dos materiais foi realizada através da busca em plataformas de bancos de dados, tais como: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), US National Library of Medicine National Institutes of Health (NCBI/PubMed) e Portal de Periódicos CAPES.
Os descritores utilizados no estudo são os seguintes: Vegetarianos (Vegetarians), Veganos (Vegans), Onívoros (Omnivorous), Dieta vegetariana (Vegetarian Diet), Dieta Vegana (Vegan Diet), Dieta Onívora (Omnivore Diet), Reguladores do Metabolismo de Lipídeos (Lipid Regulating Agents), Ácidos Graxos (Fatty Acid), Lipídeos plasmáticos (Plasma Lipids), Colesterol (Cholesterol), Perfil Lipídico (Lipid Profile).
Foram selecionadas publicações científicas que contemplassem o objetivo do presente estudo e que compreendessem o período dos últimos 20 anos. As informações que não tiveram significância para o estudo foram descartadas. Também foram inseridos nos critérios de exclusão os artigos disponíveis em outros idiomas que não português e inglês. Para as comparações do perfil lipídico foram utilizados 7 artigos no período dos anos 2000 e 2016.
REFERENCIAL TEÓRICO
METABOLISMO LIPÍDICO
Segundo a Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose (2017), os lipídios que mais se destacam fisiológica e clinicamente são os fosfolipídeos, o colesterol, os triglicerídeos, os ácidos graxos (5) e as lipoproteínas, responsáveis pela solubilização e transporte de lipídeos no meio aquoso plasmático (5,12). Os fosfolipídeos são os responsáveis pela estrutura básica das membranas celulares (5). O colesterol é o precursor dos ácidos biliares, da vitamina D, dos hormônios esteroides e, na membrana celular, opera na fluidez e na regulação metabólica (5,12,13). Os triglicerídeos são constituídos através da ligação de três ácidos graxos unidos a uma molécula de glicerol, constituindo uma das formas mais importantes de armazenamento energético no organismo, se concentrando nos tecidos muscular e adiposo. Os ácidos graxos são classificados em saturados, mono ou poli-insaturados, dependendo do número de ligações duplas entre os átomos de carbono em suas cadeias (5).
As lipoproteínas são formadas por uma camada hidrofílica constituída por fosfolipídeos, colesterol livre e proteínas, conhecidas como apolipoproteínas (apo), que envolvem um núcleo hidrofóbico constituído de triglicerídeos e colesterol esterificado. A fonte de lipídeos no organismo é através de síntese endógena ou exógena (5).
As Apos são compostas por lipídeos e proteínas e tem diversas funções no metabolismo das lipoproteínas, como o desenvolvimento intracelular das partículas lipoproteicas (apos B100 e B48), servindo de ligação à receptores de membrana (apos B100 e E) ou como cofatores enzimáticos (apos CII, CIII e AI) (5).
As classes das lipoproteínas são separadas em dois grupos principais: I – Ricas em triglicerídeos (maiores e menos densas): quilomícrons (origem intestinal) e as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL – Very Low Density Protein, de origem hepática); II – Ricas em colesterol: LDL (lipoproteína de baixa densidade – Low Density Lipoprotein) e HDL (lipoproteína de alta densidade – High Density Lipoprotein) (5).
Existem três tipos principais de ciclos de transporte de lipídeos no plasma, dos quais as lipoproteínas participam: I – o ciclo exógeno, onde a absorção das gorduras se dá no intestino, chegando ao plasma como quilomícrons, degradados pela lipase lipoproteica (LPL) e encaminhados para o fígado ou tecidos periféricos; II – o ciclo endógeno, onde as gorduras do fígado se encaminham para os tecidos periféricos, as VLDL são secretadas pelo fígado, transformando-se em lipoproteínas de densidade intermediária (IDL) e em seguida em LDL, responsáveis por carregar os lipídeos para os tecidos periféricos; III – o transporte reverso do colesterol, onde o colesterol dos tecidos volta para o fígado. As HDL imaturas capturam o colesterol dos tecidos periféricos através da lecitina-colesterol aciltransferase (LCAT), transformando-se em HDL maduras. Através da proteína de transferência do colesterol esterificado (CETP), acontece a transferência de ésteres de colesterol das HDL para outras lipoproteínas (Figura 1) (5).
São consideradas de maior relevância clínica as VLDL, LDL e HDL. As VLDL e LDL possuem a apo B-100, que é reconhecida pelos tecidos, já a HDL não possui. Logo, ela é responsável por transportar o colesterol dos tecidos para o fígado (3,5).
DETERMINAÇÕES LABORATORIAIS DOS LIPÍDEOS
O perfil lipídico consiste nas dosagens laboratoriais de Colesterol total (CT), Triglicerídeos (TG), HDL-c (colesterol contido nas HDL) e o cálculo do LDL-c (colesterol contido nas LDL) através da fórmula de Friedewald LDL-c = CT – (HDL-c + TG/5) que não deve ser aplicada quando os triglicerídeos apresentarem valores ≥ 400 mg/dL. Os valores referenciais e de alvo terapêutico das determinações, ditados pela Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose (2017), são apresentados conforme o estado metabólico que antecede a coleta da amostra, com ou sem jejum de 12 horas, e conforme a avaliação de risco cardiovascular estimado pelo médico solicitante (Tabela 1) (5,14).
Atualmente, é indicada a utilização da Fórmula de Martin para estimar o valor do LDL-c, principalmente em contagem de triglicerídeos ≥ 400 mg/dL, onde não poderia ser aplicada a fórmula de Friedewald. Neste método, o divisor é baseado nas variações de concentração de triglicerídeos, de 7 mg/dL a 13.975 mg/dL, e de colesterol não-HDL (obtido através do cálculo: CT – HDL-c), de < 100 mg/dL à ≥ 200 mg/dL. Na tabela de valores (Tabela 2), encontra-se o divisor dos triglicerídeos para a obtenção do valor de VLDL-c com maior precisão. Através deste divisor, aplica-se a fórmula: LDL-c = CT – HDL-c – TG/x (sendo x o número encontrado na tabela). Sua vantagem está em o paciente não necessitar de jejum para realizar a coleta e obter o resultado de LDL-c, estando com seu estado metabólico estável e dieta habitual (5,15,16).
DISLIPIDEMIAS
As dislipidemias, ocorrentes devido a alteração dos níveis séricos de lipídeos, podem ser divididas em hiperlipidemias e hipolipidemias, de acordo com os níveis de lipoproteínas. São várias classificações existentes, porém as mais significativas atualmente são: a classificação etiológica e a classificação laboratorial. Na classificação etiológica, ambas (hiper e hipolipidemia) podem ter causas primárias, de origem genética, ou secundárias, consequências de um estilo de vida sedentário e inadequado, comorbidades ou medicamentos (5). Já a classificação laboratorial compreende quatro situações, onde os valores referenciais e os alvos terapêuticos são determinados em alusão ao risco cardiovascular individual e estado alimentar, de acordo com a fração alterada: I – Hipercolesterolemia isolada: elevação apenas da fração LDL-c (≥ 160 mg/dL); II – Hipertrigliceridemia isolada: elevação apenas dos triglicerídeos (≥ 150 mg/dL em jejum ou ≥ 175 mg/dL, sem jejum); III – Hiperlipidemia mista: elevação do LDL-c (≥ 160 mg/dL) e dos triglicerídeos (≥ 150 mg/dL em jejum ou ≥ 175 mg/dL, sem jejum); IV – HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isoladamente ou em associação ao aumento de LDL-c ou TG (5,15).
COMPARAÇÃO DAS DIETAS REFERENTE AO PERFIL LIPÍDICO
Os indivíduos considerados onívoros são os que consumem carnes e os seus derivados, juntamente com legumes, frutas e toda a variedade alimentar. É considerada a principal dieta da região ocidental (4). Já os vegetarianos são aqueles que seguem uma alimentação onde não são consumidas carnes de nenhum tipo. Dentro do vegetarianismo, há terminologias distintas, de acordo com a inclusão dos derivados de animais à dieta. O vegetariano estrito, conhecido popularmente como “vegano”, é aquele que não consome nenhum tipo de produto proveniente de animais. Os lacto-vegetarianos são os que consomem leite e laticínios, assim como os ovolactovegetarianos, que incluem os ovos na sua alimentação (4,8,17–19).
Segundo a última atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose (2017), pacientes que consomem pouca gordura na dieta, tendem a ter baixos níveis de HDL-c, assim como níveis também baixos de LDL-c. A alimentação rica em gorduras saturadas ou trans podem diminuir os níveis de HDL-c pelo possível prejuízo na funcionalidade dessas lipoproteínas e consequente aumento do LDL-c. Assim como carboidratos processados podem diminuir os níveis de HDL-c, também podem elevar os de TG, pelo rápido aumento dos níveis de glicose, elevação da inflamação e risco cardiovascular. Aconselha-se uma dieta rica em frutas, vegetais frescos e ácidos graxos poli-insaturados, e pobre em carboidratos processados e carnes (5,14).
Os fitosteróis, juntamente com os fitostanóis e seus ésteres, constituem um grupo de esteroides alcoolicos e ésteres, estando presentes apenas em plantas e vegetais e possuem uma estrutura semelhante à do colesterol. Seu consumo através de óleos vegetais, cereais, grãos e demais vegetais varia habitualmente na população ocidental entre 100 à 300mg ao dia, podendo atingir 600mg ao dia em vegetarianos. Em comparação ao colesterol, possui concentrações séricas 500 a 10mil vezes menores, pois são pouco absorvidos e tem uma eficiente excreção biliar após a captação hepática (5).
De acordo com o Protocolo clínico e Diretrizes Terapêuticas da Dislipidemia (2019), o excesso de gorduras saturadas e de colesterol presente nos alimentos influencia os níveis de lipídeos plasmáticos, principalmente o colesterol. Para tanto, deve-se reduzir o consumo de alimentos de origem animal (principalmente carnes gordurosas, leite e derivados), para restringir a ingestão de colesterol. Diminuindo, assim, o consumo de ácidos graxos saturados e recomendando-se a substituição de uma parte dos saturados por mono e poli-insaturados, além da exclusão completa da gordura trans da dieta (14).
O colesterol alimentar tem como sua principal fonte as gorduras animais como leite e derivados, ovos, camarão, carne vermelha, vísceras e peles de aves (13). Sendo assim, o consumo de carne é associado à maior ingestão de gorduras totais, saturadas e calorias totais, juntamente com a redução da ingestão de vegetais e aumento do risco de doenças crônicas, cardiovasculares e diabetes (1,20,21). Estudos apontam que pessoas que seguem a dieta vegetariana tem menos chances de desenvolverem doença isquêmica do coração por terem, em sua maioria, menor associação com altos índices de massa corporal, pressão arterial elevada, altos níveis de colesterol no sangue e diabetes (1,20,22,23). Porém, os vegetarianos se mostraram mais propensos à desenvolverem hemorragias e AVCs (22).
Krajcovicova-Kudlackova et al. (2000), realizou um estudo comparativo do perfil lipídico entre 54 ovo-lacto vegetarianos, 32 vegetarianos estritos e 59 onívoros, em sua maioria composto por mulheres (62%). Foi possível observar um decréscimo nos índices de CT, LDL e TG e um crescimento dos índices de HDL conforme o aumento da restrição de produtos animais à alimentação (Tabela 3) (24). Posteriormente, Teixeira et al. (2006) comparou o perfil lipídico de 134 onívoros e 67 vegetarianos, não distinguindo entre ovo-lacto e vegetarianos estritos, em sua maioria composto por mulheres (52,2%). Foi observado que todas as dosagens do perfil lipídico foram menores nos vegetarianos (Tabela 3) (11).
Fu et al. (2006) comparou o estado lipídico de 70 mulheres saudáveis na pós-menopausa. Destas, 35 vegetarianas, não distinguidas entre ovo-lacto e estritas, e 35 onívoras. Assim como os achados de Krajcovicova-Kudlackova et al. (2000), houve diminuição dos índices de CT, LDL e TG e aumento do HDL de onívoras para vegetarianas, respectivamente (Tabela 3) (25). A comparação do perfil lipídico também foi realizada por De Biase et al. (2007), onde 22 indivíduos eram onívoros, 19 ovo-lacto vegetarianos e 18 vegetarianos. Foi observado que houveram diferenças significativas, havendo a diminuição dos níveis séricos de CT, LDL e TG de acordo com o grau de restrição de produtos de origem animal, sendo as menores taxas nos vegetarianos. Já nos níveis de HDL não houve grande diferença entre os indivíduos nas diferentes dietas (Tabela 3) (3).
Outro estudo realizado por Kim et al. (2012) selecionou 45 vegetarianos (23 homens e 22 mulheres), não distinguidos entre ovo-lacto ou estritos, e 30 onívoros (15 homens e 15 mulheres). Nos resultados, observou-se o nível reduzido de CT, LDL e HDL nos vegetarianos em comparação aos onívoros. Porém, os níveis de TG se encontraram melhores nos onívoros (Tabela 3) (26).
Mais recentemente, um estudo de Simões et al. (2013) realizado entre 58 onívoros e 29 ovo-lacto vegetarianos, em sua maioria homens (58,6%), observou-se que os ovo-lacto vegetarianos obtiveram melhores níveis de CT, LDL e HDL séricos em comparação aos onívoros (Tabela 3). Porém, assim como os achados de Kim et al. (2012), os níveis de TG se encontraram melhores nos onívoros (19,26). Kuchta et al. (2016) realizou um estudo comparativo entre 21 onívoros e 21 vegetarianos estritos, em sua maioria mulheres (59,52%), onde a média de todos os níveis do perfil lipídico foram diminuídas nos vegetarianos em comparação com os onívoros, com exceção das médias dos índices de HDL que se mantiveram sem alterações entre os dois tipos de dietas (Tabela 3) (10).
Em uma pesquisa de opinião pública sobre vegetarianismo realizada pelo IBOPE (2018), foram entrevistados 2002 indivíduos, em sua maioria mulheres (52%), em 142 municípios do Brasil. Quando questionados ao o que achavam da afirmação “Sou vegetariano”, 8% dos entrevistados concordaram totalmente, 6% concordaram parcialmente, 5% nem concordaram nem discordaram, 15% discordaram parcialmente e 66% discordaram totalmente. Considerando os que concordam totalmente e parcialmente, soma-se 14% de população brasileira que se considera vegetariana no Brasil (27), um aumento de 6% desde a última pesquisa realizada pelo IBOPE em 2012 (28).
Contudo, não é de total concordância entre os pesquisadores o absoluto benefício do segmento dietético dos vegetarianos, já que é conhecido que estes tipos de dietas, se restritivas e desequilibradas, podem acarretar deficiências nutricionais, em específico nas situações de alta demanda metabólica (11). Além disso, apesar de haver ingesta de antioxidantes de origem vegetal, poderá haver também o aumento de risco de estresse oxidativo pelo baixo depósito de vitamina B12 e o aumento dos níveis de homocisteína que, por sua vez, poderá acarretar um aumento da modificação oxidativa dos lipídeos e risco de aterosclerose (10).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As dietas vegetarianas, sejam ovo-lacto ou estrita, estão associadas à uma considerável diminuição de Colesterol Total e LDL. Portanto, pode-se analisar a inclusão de dietas com restrição de produtos de origem animal, em especial a vegetariana estrita, como auxílio na prevenção de doenças advindas de dislipidemias ou medida alternativa de tratamento das mesmas.
Porém, ainda é questionável o fato de indivíduos que optam por dietas ovo-lacto vegetarianas ou vegetarianas terem a diminuição da probabilidade de acarretar doenças advindas de dislipidemias, contrapondo com pessoas que seguem a dieta onívora, já que apesar de haver melhores índices de CT e LDL, observa-se um aumento nos TG em alguns indivíduos e ainda é controversa a diminuição ou inalteração dos índices de HDL em alguns estudos.
Além disso, é sabido que dietas com restrições de produtos de origem animal podem ser facilitadoras para o déficit de algumas vitaminas e minerais, como a Vitamina B12, Ferro e Cálcio, responsáveis por acarretar doenças secundárias como anemias e osteoporose. Portanto, é necessário entender a importância da orientação profissional apropriada, independentemente do segmento alimentar, para que haja um balanço adequado de nutrientes e o desenvolvimento de bons hábitos alimentares.
CONFLITO DE INTERESSE
Os autores declaram não haver conflito de interesse.
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- Pesquisa de Opinião Pública sobre Vegetarianismo. IBOPE. 2012. Disponível em: https://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/dia-mundial-do-vegetarianismo-8-da-populacao-brasileira-afirma-ser-adepta-do-estilo/ Acesso em: 06 de novembro de 2020 às 22:47
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Tabela 1: valores de referência para alvo terapêutico do perfil lipídico (> 20 anos)
Lipídeos | Com jejum (mg/dL) | Sem jejum (mg/dL) | Categoria referencial |
Colesterol Total (CT) | < 190 | < 190 | Desejável |
HDL-c | > 40 | > 40 | Desejável |
Triglicerídeos | < 150 | < 175 | Desejável |
Categoria de risco | |||
LDL-c | < 130 | < 130 | Baixo |
< 100 | < 100 | Intermediário | |
< 70 | < 70 | Alto | |
< 50 | < 50 | Muito alto | |
Não HDL-c | < 160 | < 160 | Baixo |
< 130 | < 130 | Intermediário | |
< 100 | < 100 | Alto | |
< 80 | < 80 | Muito alto |
Fonte: Adaptado da Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose(5).
Tabela 2: Índice de valores utilizados para o cálculo da taxa de VLDL-c e posterior obtenção da LDL-c através da Fórmula de Martin.
Níveis de Triglicerídeos (mg/dL) | Colesterol não-HDL | |||||
< 100 | 100 – 129 | 130 – 159 | 160 – 189 | 190 – 219 | ≥ 220 | |
7 – 49 | 3.5 | 3.4 | 3.3 | 3.3 | 3.2 | 3.1 |
50 – 56 | 4.0 | 3.9 | 3.7 | 3.6 | 3.6 | 3.4 |
57 – 61 | 4.3 | 4.1 | 4.0 | 3.9 | 3.8 | 3.6 |
62 – 66 | 4.5 | 4.3 | 4.1 | 4.0 | 3.9 | 3.9 |
67 – 71 | 4.7 | 4.4 | 4.3 | 4.2 | 4.1 | 3.9 |
72 – 75 | 4.8 | 4.6 | 4.4 | 4.2 | 4.2 | 4.2 |
76 – 79 | 4.9 | 4.6 | 4.5 | 4.3 | 4.3 | 4.2 |
80 – 83 | 5.0 | 4.8 | 4.6 | 4.4 | 4.3 | 4.2 |
84 – 87 | 5.1 | 4.8 | 4.6 | 4.5 | 4.4 | 4.3 |
88 – 92 | 5.2 | 4.9 | 4.7 | 4.6 | 4.4 | 4.3 |
93 – 96 | 5.3 | 5.0 | 4.8 | 4.7 | 4.5 | 4.4 |
97 – 100 | 5.4 | 5.1 | 4.8 | 4.7 | 4.5 | 4.3 |
101 – 105 | 5.5 | 5.2 | 5.0 | 4.7 | 4.6 | 4.5 |
106 – 110 | 5.6 | 5.3 | 5.0 | 4.8 | 4.6 | 4.5 |
111 – 115 | 5.7 | 5.4 | 5.1 | 4.8 | 4.7 | 4.5 |
116 – 120 | 5.8 | 5.5 | 5.2 | 5.0 | 4.8 | 4.6 |
121 – 126 | 6.0 | 5.5 | 5.3 | 5.0 | 4.8 | 4.6 |
127 – 132 | 6.1 | 5.7 | 5.3 | 5.1 | 4.9 | 4.7 |
133 – 138 | 6.2 | 5.8 | 5.4 | 5.2 | 5.0 | 4.7 |
139 – 146 | 6.3 | 5.9 | 5.6 | 5.3 | 5.0 | 4.8 |
147 – 154 | 6.5 | 6.0 | 5.7 | 5.4 | 5.2 | 4.8 |
155 – 163 | 6.7 | 6.2 | 5.8 | 5.4 | 5.2 | 4.9 |
164 – 173 | 6.8 | 6.3 | 5.9 | 5.5 | 5.3 | 5.0 |
174 – 185 | 7.0 | 6.5 | 6.0 | 5.7 | 5.4 | 5.1 |
186 – 201 | 7.3 | 6.7 | 6.2 | 5.8 | 5.5 | 5.2 |
202 – 220 | 7.6 | 6.9 | 6.4 | 6.0 | 5.6 | 5.3 |
221 – 247 | 8.0 | 7.2 | 6.6 | 6.2 | 5.9 | 5.4 |
248 – 292 | 8.5 | 7.6 | 7.0 | 6.5 | 6.1 | 5.6 |
293 – 399 | 9.5 | 8.3 | 7.5 | 7.0 | 6.5 | 5.9 |
400 – 13.975 | 11.9 | 10.0 | 8.8 | 8.1 | 7.5 | 6.7 |
Fonte: Adaptado de Martin et al. (16)
Figura 1: Ciclos de transporte de lipídeos no plasma
Fonte: Imagem retirada da Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (5).
Tabela 3: Comparação do perfil lipídico nos diferentes tipos de dietas
Krajcovicova-Kudlackova et al. (2000) (24) | Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Ovo-Lacto Vegetarianos | Vegetarianos Estritos | |
CT | 218,92 ± 1,93 | 179,54 ± 1,54 | 169,11 ± 2,32 | ||
LDL | 139,38 ± 1,54 | 103,86 ± 1,16 | 89,58 ± 1,16 | ||
HDL | 50,58 ± 1,16 | 54,83 ± 0,77 | 57,14 ± 1,16 | ||
TG | 64,09 ± 1,16 | 46,72 ± 1,16 | 50,19 ± 1,16 | ||
Teixeira et al. (2006) (11) | Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Vegetarianos | ||
CT | 225 ± 45 | 173 ± 36 | |||
LDL | 151 ± 43 | 106 ± 35 | |||
HDL | 46 ± 12 | 45 ± 10 | |||
TG | 156 ± 127 | 113 ± 79 | |||
Fu et al.
(2006) (25) |
Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Vegetarianos | ||
CT | 204 ± 9 | 174 ± 4 | |||
LDL | 136 ± 7 | 112 ± 6 | |||
HDL | 49 ± 5 | 50 ± 6 | |||
TG | 93 ± 9 | 63 ± 6 | |||
De Biase et al. (2007) (3) | Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Ovo-Lacto Vegetarianos | Vegetarianos Estritos | |
CT | 208,09 ± 49,09 | 175,32 ± 28,47 | 141,06 ± 30,56 | ||
LDL | 123,43 ± 42,67 | 101,47 ± 28,07 | 69,28 ± 29,53 | ||
HDL | 56,23 ± 18,29 | 55,47 ± 14,61 | 55,67 ± 13,93 | ||
TG | 155,68 ± 119,84 | 93,95 ± 33,43 | 81,67 ± 81,90 | ||
Kim et al.
(2012) (26) |
Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Vegetarianos | ||
CT | 193,17 ± 37,89 | 173,73 ± 31,42 | |||
LDL | 120,60 ± 34,62 | 101,36 ± 23,57 | |||
HDL | 50,30 ± 10,12 | 47,64 ± 9,45 | |||
TG | 111,07 ± 54,44 | 132,36 ± 79,96 | |||
Simões et al. (2013) (19) | Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Ovo-Lacto Vegetarianos | ||
CT | 207,11 ± 34,73 | 160,06 ± 48,53 | |||
LDL | 143,79 ± 34,09 | 87,40 ± 50,38 | |||
HDL | 40,07 ± 7,42 | 44,57 ± 12,40 | |||
TG | 115,86 ± 35,56 | 150,25 ± 86,89 | |||
Kuchta et al. (2016) (10) | Indicadores (mg/dL) | Onívoros | Vegetarianos Estritos | ||
CT | 173 (154 – 196) | 140 (123 – 149) | |||
LDL | 100 (87 – 133) | 79 (68 – 91) | |||
HDL | 45 (36 – 50) | 45 (42 – 52) | |||
TG | 90 (50 – 170) | 80 (40 – 140) | |||
Fonte: Autoral.
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