Rubens de Fraga Júnior
A anticoagulação terapêutica precoce não parece afetar a sobrevida entre adultos gravemente enfermos com covid-19, de acordo com um estudo publicado online em 26 de janeiro no Annals of Internal Medicine.
Hanny Al-Samkari, MD, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School em Boston, e colegas avaliaram a incidência de tromboembolismo venoso (TEV) e sangramento importante em 3.239 adultos gravemente enfermos com covid-19 (67 hospitais; idade média, 61 anos; 64,5 por cento homens) e examinaram o efeito da anticoagulação terapêutica precoce (nos primeiros dois dias de internação na unidade de terapia intensiva [UTI]) na sobrevida.
Os pesquisadores descobriram que 204 pacientes (6,3%) desenvolveram TEV e 90 pacientes (2,8%) desenvolveram um evento hemorrágico importante. Sexo masculino e maior nível de dímero-D na admissão na UTI foram preditores independentes de TEV. A análise incluiu 2.809 pacientes no ensaio-alvo, com 11,9% recebendo anticoagulação terapêutica precoce. Durante um acompanhamento médio de 27 dias, os pacientes que receberam anticoagulação terapêutica precoce tiveram um risco de morte semelhante aos que não receberam (taxa de risco, 1,12; intervalo de confiança de 95 por cento, 0,92 a 1,35).
“Nossos resultados não apoiam o uso empírico precoce de anticoagulação terapêutica em pacientes criticamente enfermos com covid-19”, escrevem os autores. “Essas descobertas destacam a necessidade de ensaios clínicos randomizados bem planejados e adequadamente alimentados de anticoagulação terapêutica em pacientes criticamente enfermos com a doença”.
Fonte: Al-Samkari, H., Gupta, S., Leaf, R. K., Wang, W., Rosovsky, R. P., Brenner, S. K., … & Leaf, D. E. (2021). Thrombosis, Bleeding, and the Observational Effect of Early Therapeutic Anticoagulation on Survival in Critically Ill Patients With COVID-19. Annals of internal medicine.
Rubens de Fraga Júnior é professor de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.
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