Material é utilizado para o tratamento de mais de 80 doenças graves
Embora ninguém possa prever o futuro, algumas atitudes simples, como preservar o sangue do cordão umbilical do seu filho, pode fazer uma grande diferença no futuro. “As células-tronco do sangue do cordão umbilical substituem o transplante de medula óssea no tratamento da leucemia, linfoma e algumas enfermidades imunológicas. Sua principal finalidade é recuperar o sistema hematopoiético (responsável pela fabricação das células sanguíneas) de pacientes submetidos à quimioterapia e/ou à radioterapia, uma vez que esses tratamentos também destroem o tecido que produz o sangue do paciente”, destaca Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista/Hemoterapêuta do HC-FMUSP.
Por tratar-se de um tema complexo, é comum surgirem diversas dúvidas. Abaixo, o especialista esclarece as principais questões que permeiam o assunto. Confira:
Quais as formas de aplicação de células-tronco?
A terapia celular possibilita duas grandes formas de direcionar o tratamento. Uma delas é o transplante autólogo, no qual as células do próprio paciente, previamente armazenadas, são utilizadas em si mesmo. Já no transplante alogênico, as células são provenientes de outro indivíduo. A forma mais comum de aplicar as células-tronco é por meio da infusão endovenosa, como se o paciente estivesse recebendo uma transfusão de sangue. Entretanto, com o crescimento da terapia celular regenerativa, cada vez mais, as células–tronco estão sendo injetadas em diferentes tecidos para potencializar seu efeito local.
Quais doenças já são tratadas com o sangue do cordão umbilical?
Segundo a Fundação “Parent’s Guide to Cord Blood”, o sangue do cordão umbilical é tradicionalmente utilizado no tratamento de leucemias, talassemia e linfomas. “Além disso, muitas doenças encontram-se em estudo avançado, como Diabetes Tipo 1, doenças neurológicas e, até mesmo, a Aids. Hoje, o campo que objetiva tratar doenças não hematológicas é mais um motivo para o armazenamento preventivo do sangue de cordão umbilical”, aponta Dr. Nelson.
Em que momento o sangue do cordão umbilical deve ser coletado?
A coleta é realizada logo após o nascimento da criança de forma rápida, durando em torno de cinco minutos. Após o clampeamento do cordão, a drenagem do sangue é feita por meio de uma punção com agulha na veia umbilical da placenta e seu acondicionamento é realizado em uma bolsa contendo anticoagulante. Todo o processo de coleta é realizado com técnica asséptica. O tempo de transporte entre a coleta e o processamento deve ser no máximo de 48 horas.
É possível coletar o material de bebês prematuros ou em partos de emergência?
Sim, é possível. O procedimento poderá ser realizado a partir de 32 semanas de gestação, conforme descrito na legislação que rege o funcionamento dos bancos de cordão umbilical e placentário. “No caso dos partos de emergência, em todas as cidades que possuem um escritório de coleta, há enfermeiros treinados que ficam de plantão 24h. O médico que fará o parto também pode ser treinado previamente para realizar a coleta das células-tronco. Por ser um procedimento simples, pode ser facilmente executado”, esclarece o especialista.
Qual a forma de armazenamento?
No Brasil quem opta por armazenar o material em um Banco Público está doando sangue do cordão umbilical. Este material poderá ser utilizado por qualquer pessoa que necessitar. A doação corre sob sigilo e a família não poderá reivindicar, a qualquer tempo, o próprio sangue de cordão doado. No caso do Banco Privado, somente a família terá acesso às células-tronco congeladas. “Armazenar no Banco Privado é um ato preventivo. Este procedimento é pago e custa, inicialmente, cerca de R$ 3 mil. Anualmente, também é cobrada uma taxa de manutenção da estocagem. Obviamente, estes valores podem variar entre os bancos privados e aumentar devido aos custos relacionados a transporte”, finaliza Tatsui.
O material pode ficar guardado por quanto tempo?
Não há tempo máximo definido pela literatura. Há relatos que indicam unidades congeladas há mais de 25 anos e que ainda demonstram viabilidade celular adequada. Se o processamento e a estocagem forem realizados adequadamente (mantidos em temperatura inferior a -150 C), a expectativa é que as células-tronco continuem boas e viáveis por décadas.
Sobre a Criogênesis
A Criogênesis, que nasceu em São Paulo e possui mais de 15 anos de experiência com células-tronco, é acreditada pela AABB (Associação Norte Americana de Bancos de Sangue) e certificada pela IQNet NBR ISO 9001:2015. A clínica é referência em serviços de coleta e criopreservação de células-tronco, medicina reprodutiva, gel de plaquetas e aférese, incluindo a diferenciada técnica de fotoférese extracorpórea. Sua missão é estimular o desenvolvimento da biotecnologia através de pesquisas, assegurando uma reserva celular para tratamento genético futuro.