O teste da antiglobulina humana (teste de Coombs) representa até hoje a reação-chave em Imuno-hematologia.
Por um procedimento imunológico, essa reação nos permite revelar a presença de anticorpos “não aglutinantes” e/ou frações do Complemento na membrana eritrocitária.
Os soros de Coombs ou Soros Antiglobulinas Humanas (AGH) são produzidos pela imunização de animais como coelhos e cabras com imunoglobulinas humanas e frações do Complemento. Podem ser poliespecíficos ou monoespecíficos. Os soros poliespecíficos contem anticorpos contra as imunoglobulinas humanas e contra a fração C3d do Complemento. Os soros monoespecíficos contem anticorpos contra apenas um tipo de imunoglobulina (IgG, IgM ou IgA) ou contra uma fração do Complemento (C3c, C3d ou C4). Os anticorpos contra a fração C4 não devem estar presentes nos soros poliespecíficos, para se evitar reações cruzadas com as especificidades de grupos sanguíneos Chido e Rodgers.
A Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) pela técnica de Coombs pode ser realizada de duas formas: Teste de Coombs Direto (TCD) e Teste de Coombs Indireto (TCI).
- Teste de Coombs direto (TCD): demonstra hemácias sensibilizadas “in vivo” por anticorpos e/ou frações do complemento. É utilizado no estudo da Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN), na Anemia Hemolítica Auto-Imune (AHAI), na hemólise induzida por drogas e ainda, no diagnóstico das reações hemolíticas pós transfusionais.
- Teste de Coombs Indireto (TCI): é a reação de maiores possibilidades em imuno-hematologia e nos permite executar uma série de testes como: pesquisa e identificação de anticorpos irregulares anti-eritrocitários, testes de compatibilidade pré-transfusionais e determinação de antígenos eritrocitários que não são evidenciados por aglutinação direta (exs: variáveis fracas de D(RH1), antígenos Duffy, Kidd, Kell, etc).
A sensibilidade do teste de Coombs Indireto pode ser aumentada por procedimentos que modificam a primeira etapa da reação, ou seja, da fixação dos anticorpos durante a incubação. Os mais utilizados são: adição de albumina, meios de baixa força iônica (LISS) e polietilenoglicol em baixa força iônica (PEG-LISS).
Para a detecção de todos os alo-anticorpos anti-eritrocitários, capazes de produzir hemólises transfusionais e doenças hemolíticas do recém-nascido, não basta executar o Coombs indireto com uma hemácia-teste D(RH1) positiva, pois desta maneira a pesquisa estará direcionada para anticorpos contra o antígeno D(RH1), que apesar de ser o mais importante, não é o único envolvido em alo-imunizações de pacientes por transfusão ou de gestantes por incompatibilidade feto-materna.
As pesquisas de anticorpos irregulares (PAI) por “Coombs Indireto” devem ser executadas com reagentes de triagem com pelo menos 2 hemácias-teste ( I e II) que possuam os antígenos mais imunogênicos de grupos sanguíneos: D, C, c, E, e, K, Fya, Fyb, Jka, Jkb, S, s, etc (Fig.01). Deve-se incluir um tubo de autocontrole (AC) para detecção de possíveis auto-anticorpos na amostra testada. Se uma pesquisa de anticorpos apresenta reação positiva com uma ou duas hemácias-teste e o autocontrole (AC) negativo, a pesquisa é positiva para alo-anticorpo(s). Se o autocontrole (AC) também for positivo, devemos considerar a possibilidade da presença de auto-anticorpos.
Confirmar os resultados negativos dos Testes de Coombs Indireto (TCI) pela adição de hemácias-teste “Controle de Coombs”. Este reagente contem hemácias sensibilizadas com imunoglobulinas da classe IgG e deverá, portanto, apresentar reação positiva quando adicionado ao tubo teste que apresentou Coombs Indireto (TCI) negativo.
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