No dia 10 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os países a serem cautelosos em relação à suspensão das medidas de contenção da disseminação do novo coronavírus SARS-CoV-2 (sigla do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), e deu o alarme de que o vírus está se estabelecendo na África.
A agência das Nações Unidas gostaria de ver uma amenização, mas ao mesmo tempo, “suspender as restrições pode levar a um ressurgimento mortal”, disse o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Ph.D., em uma coletiva de imprensa.
Ele disse que houve uma “desaceleração bem-vinda” da epidemia em alguns países europeus (Itália, Alemanha, Espanha e França), mas que houve um “aumento alarmante” em outros lugares, incluindo transmissão comunitária em 16 países da África.
De acordo com o Dr. Tedros, quase 1,5 milhão de casos confirmados de Covid-19 (sigla do inglês, Coronavirus Disease 2019) e mais de 92.000 mortes foram notificadas à OMS, que é sediada em Genebra, na Suíça.
O Iêmen notificou seu primeiro caso de SARS-CoV-2 no dia 10 de abril, quando grupos de ajuda se preparavam para um surto em um país onde a guerra destruiu os sistemas de saúde e causou fome e doenças.
O Dr. Tedros disse estar particularmente preocupado com o grande número de infecções entre os profissionais de saúde.
“Em alguns países há relatos de infecção em até 10% dos profissionais de saúde, então esta é uma tendência alarmante”, disse ele.
Uma nova força-tarefa da ONU com suprimentos coordenará e ampliará a aquisição e distribuição de equipamentos de proteção individual, exames laboratoriais e oxigênio para os países que mais precisam.
“Todo mês precisaremos enviar pelo menos 100 milhões de máscaras e luvas descartáveis, até 25 milhões de máscaras N95, aventais e protetores faciais, até 2,5 milhões de testes diagnósticos e grandes quantidades de concentradores de oxigênio e outros equipamentos para atendimento médico”, ele disse.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) – agência das Nações Unidas que lida com a logística – usará oito aeronaves 747, oito aeronaves de carga de médio porte e vários aviões de passageiros menores para transportar as mercadorias e auxiliar os trabalhadores necessários na operação, que terá oito centros, acrescentou o diretor-geral.
O Dr. Tedros solicitou aos doadores que contribuam para a operação do PMA, que terá um custo de aproximadamente 280 milhões de dólares, enquanto o custo da compra de suprimentos será “muito maior”.
Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, disse que o mundo tem uma dívida enorme com os profissionais de saúde da linha de frente, e era essencial que eles recebessem o equipamento de proteção certo.
O Dr. Tedros disse que nenhum país está imune à pandemia, que está espalhando pânico pelo mundo. Foram recentemente encontrados casos em algumas partes do Japão sem associação conhecida com outros casos.
“Dessa pandemia, precisamos tentar aprender quais são as deficiências, esta é uma mensagem até para os países desenvolvidos. Por todo lado falta preparação do sistema público de saúde”, disse o Dr. Tedros.
“Nenhum país está imune. Nenhum país pode afirmar que possui um sistema de saúde forte. Precisamos ser realmente honestos e avaliar e abordar o problema”.
Com informações de Reuters / Medscape.