Um novo exame de sangue pode ajudar muitas pessoas com suspeita de câncer de próstata a
evitar biópsias desnecessárias. Combinar o novo teste com os resultados do antígeno prostático
específico (PSA) pode fornecer um diagnóstico de câncer de próstata agressivo com mais de 90%
de precisão, de acordo com um estudo do Journal of Urology
(https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000000475).
Esse nível de precisão é maior do que o de qualquer outro biomarcador para câncer de próstata,
diz o autor do estudo, Dr. Yong-Jie Lu, professor de oncologia molecular no Instituto Barts Cancer
da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido.
“Esta descoberta pode levar a uma mudança de paradigma na maneira como diagnosticamos o
câncer de próstata”, acrescenta ele. As células tumorais circulantes são células cancerígenas que
deixaram o tumor original e entraram na corrente sanguínea. Uma vez que as células cancerígenas
estão na corrente sanguínea, elas podem se espalhar para outras partes do corpo.
Teste de PSA insuficiente para diagnosticar câncer
O PSA é uma proteína que a próstata produz. Se houver câncer na próstata, a glândula libera mais
PSA no sangue. Portanto, níveis elevados de PSA no sangue podem ser um sinal de câncer de
próstata.
No entanto, outras condições da próstata, como inflamação ou aumento não canceroso da
glândula, também podem aumentar os níveis de PSA. Assim, para confirmar a presença de câncer,
o indivíduo é submetido a uma biópsia, um procedimento desconfortável e invasivo em que o
cirurgião remove partes da próstata e as envia para análise tecidual.
Uma biópsia da próstata não é apenas invasiva, mas também arriscada, com uma grande chance
de sangramento e infecção. Além disso, os resultados da biópsia da maioria dos homens com
níveis elevados de PSA mostram que eles não têm câncer. Há ainda a possibilidade de falhas, indicando um “falso positivo”.
Mesmo quando as biópsias da próstata revelam a presença de câncer, na maioria dos casos, o
tumor não é agressivo e não será fatal se os médicos o deixarem sem tratamento.
O uso de peptóides cíclicos para atingir células tumorais difíceis de alcançar é promissor como um
tratamento futuro para o câncer de próstata.
Necessidade de um teste melhor que PSA e biópsia
O método atual de diagnóstico do câncer de próstata, combinando o teste PSA com uma biópsia,
leva a muitas biópsias inúteis, com tratamentos desnecessários.Esse método pode causar danos
aos indivíduos e desperdiçar tempo e recursos preciosos no sistema de saúde. Custos elevados
são uma dos principais desafios da saúde hoje em dia. “Existe claramente a necessidade de uma
melhor seleção de pacientes para se submeter ao procedimento de biópsia”, recomenda o
professor Lu.
Para o estudo, os pesquisadores realizaram este tipo de exame de sangue novo em 98 homens
que ainda não haviam feito uma biópsia e 155 outros que haviam acabado de receber um
diagnóstico de câncer de próstata, mas ainda não foram submetidos a tratamento. Todos os
participantes estavam no Hospital St. Bartholomew’s, em Londres.
Os pesquisadores observaram que a presença de células tumorais circulantes nas amostras de
sangue pré-biópsia era preditiva de câncer de próstata agressivo detectado pelas biópsias
subsequentes.
Além disso, a partir do nível de células tumorais circulantes, a equipe pôde avaliar a agressividade
do câncer. Quando combinado com o teste PSA, o teste de células tumorais circulantes foi capaz
de prever com precisão de 90%, que homens receberiam um diagnóstico agressivo de câncer de
próstata a partir dos resultados das biópsias.
Validação dos testes
Novos estudos – usando resultados de vários centros independentes – agora devem confirmar
esses achados, apostam os pesquisadores.
A equipe espera que o teste esteja disponível, após aprovação regulatória, em torno de 3 a 5 anos
após os pesquisadores concluírem os estudos de validação.
Cerca de 1 em cada 9 homens terão câncer de próstata durante a vida, de acordo com a American
Cancer Society (ACS). A ACS estima que mais de 174 mil homens descobrirão que têm câncer de
próstata e 31.620 morrerão nos Estados Unidos em 2019.
Embora seja uma doença grave, a maioria dos homens que tem câncer de próstata não vem a
óbito. Atualmente, existem mais de 3,1 milhões de homens nos EUA que receberam um
diagnóstico de câncer de próstata, mas continuam vivos após intervenções para controlar a
condição.
Com informações do Medical News Today. Edição Setor Saúde.