Por: Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
A busca pela excelência atlética é um objetivo central para atletas de alto desempenho, exigindo uma combinação complexa de genética, preparação física, mental e emocional. No contexto da neurociência aplicada ao esporte, o conceito de “neuroperformance” surge como uma abordagem inovadora que explora como o cérebro e o sistema nervoso podem ser treinados para melhorar habilidades atléticas.
O estudo sobre neuroperformance destaca que, embora a genética desempenhe um papel importante na predisposição para certas habilidades atléticas, ela não é o único determinante do sucesso. A epigenética, a plasticidade cerebral, o treinamento mental e as rotinas de autocuidado são igualmente cruciais para moldar um atleta de alto nível. Através de técnicas como neurofeedback, estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS), e programação neurolinguística (PNL), é possível otimizar a função cerebral para atingir novos patamares de desempenho (Rodrigues, 2022).
Uma das áreas centrais da neuroperformance é o uso do neurofeedback, que permite ao atleta receber feedback em tempo real sobre suas ondas cerebrais, possibilitando ajustes mentais para otimizar o foco, a concentração e a resiliência emocional durante competições. Da mesma forma, a técnica de visualização mental, amplamente utilizada por atletas de elite, como Michael Jordan e Ayrton Senna, envolve a criação de imagens mentais vívidas de situações esportivas, permitindo que o cérebro experimente esses cenários como se fossem reais, ativando os mesmos músculos e redes neurais que seriam utilizados durante a performance física real (Rodrigues, 2022).
A estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) é outra ferramenta poderosa, que utiliza eletrodos para estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, melhorando a função cognitiva e a resposta motora. Esta técnica, aliada ao controle emocional através de práticas como a PNL, ajuda os atletas a manterem o foco e a motivação, mesmo sob pressão extrema, essencial para o sucesso em competições de alto nível (Rodrigues, 2022).
A neurociência também destaca a importância do controle emocional no desempenho atlético. Emoções negativas como ansiedade e estresse podem comprometer significativamente a performance, afetando a tomada de decisão e a coordenação motora. Estratégias como a auto-hipnose e a prática de afirmações positivas são recomendadas para ajudar os atletas a manter uma mentalidade positiva e focada (Rodrigues, 2022).
Em suma, a neuroperformance oferece um conjunto de estratégias baseadas na neurociência que são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades atléticas. A integração de técnicas de treinamento cerebral com práticas tradicionais de preparação física e mental é uma abordagem promissora para alcançar e sustentar a excelência no esporte.
Referências:
Rodrigues, F. de A. A. (2022). Neuroperformance: Segredos das Habilidades Atléticas. Recisatec – Revista Científica Saúde e Tecnologia, 2(11), 1-15. https://doi.org/10.53612/recisatec.v2i11.206.
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