País ocupa 2° no ranking mundial da doença, atrás da Índia
A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) realiza, em novembro, mais uma edição do Congresso Brasileiro da entidade. O presidente Marco Andrey Cipriani Frade, em sua mensagem para divulgação do evento entre os profissionais de saúde, chama de “realidade infame” o cenário da doença no país – Brasil é o 2° no ranking mundial de hanseníase, atrás da Índia. Segundo a SBH, a hanseníase cresce silenciosamente em todas as camadas sociais, nas várias regiões brasileiras, e uma das frentes de combate à doença é a informação por parte de toda a sociedade, pois muitos doentes convivem com os sintomas por longos anos sem diagnóstico e, consequentemente, sem tratamento. Hanseníase tem cura e tratamento gratuito em todo o país.
Segue a mensagem:
“Neste último ano da Diretoria Sensibilidade Sempre (2015-2017), convidamos a todos que trabalham com a hanseníase a participarem do 14° Congresso Brasileiro de Hansenologia, que terá como tema central: Hanseníase: o Brasil precisa falar e agir sobre isso!
Embora os números oficiais demonstrem redução da prevalência da hanseníase no país, artigos recentes têm mostrado que trata-se mais de uma diminuição da busca ativa e da escassez de investimento na capacitação de recursos humanos para o diagnóstico precoce da hanseníase do que propriamente consequência de um real controle da endemia e quebra da cadeia de transmissão do bacilo.
O contínuo e elevado número de casos novos detectados, mais de 30 mil/ano, a heterogeneidade desses índices dentre as regiões do país, o número de crianças menores de 15 anos com a doença e elevados percentuais de grau 2 de incapacidade funcional nos estados de baixa prevalência, além de prevalências alarmantes em regiões ditas não endêmicas, há muito são indicadores que nos colocam em alerta quanto à realidade endêmica no Brasil.
Aliada a isso, nossa sociedade parou de falar sobre hanseníase no seu cotidiano e as escolas pararam de abordar o tema com profundidade devida, o que tem levado a uma insegurança diagnóstica ou até mesmo ausência de diagnóstico no campo, realidade infame para uma doença que depende quase que exclusivamente da clínica para sua confirmação diagnóstica.Diante disso, a SBH tem investido pesadamente no alardear sobre os sinais e sintomas da hanseníase na mídia e sociedade, além de estimular ações que promovam a capacitação de profissionais de saúde no reconhecimento do diagnóstico precoce da hanseníase, investimentos esses que têm sido alcançados com a campanha #todoscontraahanseniase nas mídias sociais, empresas, universidades, escolas etc.
O 14° Congresso da SBH apresentará, discutirá, inovará e debaterá as ações para diagnóstico precoce da hanseníase e para o controle da hanseníase no Brasil. Assim, neste momento de grande dificuldade econômica, a pouca inserção do tema na sociedade civil e a dificuldade de buscarmos patrocinadores, torna-se essencial a busca de apoiadores para realização deste encontro de profissionais que lidam de corpo e alma com a hanseníase no país.
O congresso acontecerá em Belém do Pará, mantendo o propósito de nossa Sociedade de levar o evento para regiões oficialmente hiperendêmicas e deixando seu conhecimento atualizado em hanseníase como importante instrumento de aprimoramento profissional e controle da doença na região.” Marco Andrey Cipriani Frade
Agenda
14° Congresso Brasileiro de Hansenologia
Data: 8 a 11/11
Local: Hangar Convenções e Feiras da Amazônica
Endereço: Av Dr. Freitas s/n – Belém do Pará
Programação e inscrições (em breve): http://www.oxfordeventos.com.br/hansenologia2017/
Fonte: Sociedade Brasileira de Hansenologia