Médicos da Sociedade Brasileira de Mastologia alertam para “Fake News” que atrapalham o rastreio de casos precoces de câncer de mama no Brasil
Nesta quarta-feira (05/02) celebra-se o dia nacional da mamografia, o exame considerado mais eficaz para rastrear casos de câncer de mama precoce (até 1cm) nas mulheres.
Apenas 24,1% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram a mamografia pelo SUS em 2018. Os dados são da pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia. Além da dificuldade de acesso para conseguir o diagnóstico e o tratamento, a SBM alerta para o grande número de mulheres que não faz o exame porque acreditam em informações inverídicas, as famosas “Fake News”.
Para o Dr. Vilmar Marques de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o medo ainda afasta as mulheres de realizar os exames preventivos. “Há dúvidas sobre a radiação na hora do exame, periodicidade e até o desconforto com a dor. Mas podemos garantir que este é um exame seguro e o único capaz de identificar com precisão possíveis lesões”, explica o médico, completando que as mulheres podem buscar informações seguras e tirar dúvidas no site da SBM (www.sbmastologia.com.br).
Ele lembra que cerca de 80% dos nódulos encontrados nas mamas tendem a ser benignos. “Por isso a importância de consultar o mastologista para que ele oriente da melhor forma. Se a mamografia detectar alguma alteração o importante é fazer o diagnóstico e iniciar o quanto antes o tratamento para evitar futuras complicações e ter uma boa qualidade de vida, complementa o mastologista.
No Brasil, o rastreamento mamográfico é recomendado pelo Ministério da Saúde dos 50 anos aos 65 anos bianualmente (estratégia de menor impacto na mortalidade com melhor custo benefício e menor número de biópsias). A SBM / CBR / FEBRASGO recomendam rastreamento anual a partir dos 40 até os 75 anos. Essa estratégia é a que tem maior impacto na mortalidade e menor custo (levando em conta os anos de vida salvos com qualidade).
De acordo com um estudo realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia em parceria com pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia, existem cerca de 4,6 mil mamógrafos registrados no país, mas apenas 47% destes aparelhos funcionam plenamente. Quanto à distribuição, 6% estão no Norte; 28% no Nordeste; 39% no Sudeste; 18% no Sul e 8% no Centro-Oeste.
O estudo mostra que não há falta de equipamentos, mas os que existem são mal distribuídos e subutilizados em todos os estados. Essa subutilização se dá, principalmente, pela falta de acesso aos equipamentos, já que em muitos lugares a distância entre eles e a paciente é grande – lembrando que o Ministério da Saúde recomenda que os mamógrafos estejam a uma distância máxima de até 50 quilômetros um do outro, mas apenas o Sul e o Sudeste contam com essa disponibilidade.