O IBGE estimou que a população de cães em domicílios brasileiros seja maior do que a população de crianças com idade inferior a 14 anos. O último censo populacional apontou a presença de 52,2 milhões de cães domésticos no país, e foi estimado que 44,3% dos municípios brasileiros possuem ao menos um cão como animal de estimação, em 28,9 milhões de unidades domiciliares avaliadas (Brasil, 2013). Além disso, com a mudança dos hábitos de moradia houve um aumento expressivo de gatos nestes mesmos ambientes, o que reflete diretamente na procura por serviços veterinários.
Nas clínicas veterinárias a demanda por diagnósticos rápidos e precisos tem aumentado substancialmente, isso porque a rotina clínica vem ampliando os atendimentos e gerando a necessidade de mais e melhores ferramentas diagnósticas. Considerando que a medicina deva ser baseada em evidências, os exames laboratoriais nunca estiveram tão em alta quanto nos dias atuais.
Mesmo que vários diagnósticos sejam estabelecidos a partir de exames clínicos, alguns ainda carecem de exames laboratoriais e, muitas das decisões terapêuticas, assim como o estabelecimento do prognóstico aguardam esses resultados (Troìa et al., 2017). Neste contexto a automação é fundamental por facilitar a rotina laboratorial, além de gerar resultados rápidos, acurados, precisos e padronizados (Sandhaus, 2015), o que melhora a eficiência diagnóstica e libera o patologista clínico para análises que não sejam possíveis com a automação, como a leitura de amostras citológicas, a exemplo do esfregaço sanguíneo corado, e a interpretação dos casos clínicos cujas amostras tenham sido processadas. Esse dinamismo que a automação permite, proporciona uma ótima relação custo-benefício dos exames ofertados (Richards e George, 2014).
Os aparelhos hematológicos ganham um destaque importante dentro deste contexto, já que os exames hematimétricos representam a maior fatia dos exames encaminhados aos laboratórios de rotina, seguidos da bioquímica clínica, das análises de urina e da citologia diagnóstica (dados do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da UFMG). Vários aparelhos hematológicos estão disponíveis no mercado, entretanto eles devem ser específicos para amostras veterinárias. Tais contadores são importantes, uma vez que as características das amostras dos animais domésticos diferem das amostras de Seres Humanos, sendo necessários ajustes, validações e avaliações de desempenho (Bauer et al., 2011), além do uso de diluentes, reagentes lisantes específicos e de um controle de qualidade frequente (Vis e Huisman, 2016). Além das amostras de sangue alguns pesquisadores avaliaram a possibilidade da contagem celular e de outras amostras, como líquido sinovial (Dusick et al., 2014), líquidos cavitários (Sandhaus, 2015) e, inclusive amostras de urina (O’Nei et al., 2013).
Prof.ª Fabíola de Oliveira Paes Leme.
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
(Artigo disponível na íntegra na Revista Newslab Ed 160)
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