O sarampo, doença infecciosa transmitida por vírus da família Paramyxoviridae e do gênero Morbillivirus, é uma doença altamente contagiosa que deixou muitos mortos ao longo da história. A vacina contra o sarampo é extremamente eficaz, considerando que 85% das crianças de nove meses e 95% com mais de doze meses de idade tornam-se imunes. Introduzida desde 1963 e disponibilizada desde 1971, foi uma das mais importantes ferramentas para o controle do sarampo. O Brasil obteve o certificado de erradicação do sarampo em 2016, entretanto, atualmente corre o risco de perde-lo uma vez que três Estados do país estão com surto em curso: Amazonas, Roraima e Pará.
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Entretanto, o surto de sarampo não se restringe ao Brasil, indicando que a falha na cobertura vacinal está afetando diversos países, mais ou menos economicamente desenvolvidos. Segundo a OMS, a epidemia se instala à nível global: os casos quadruplicaram no primeiro trimestre de 2019, em comparação com o mesmo período no ano passado. Os Estados Unidos informaram nesta segunda-feira (22) ter registrado 71 casos novos de sarampo na semana passada, um aumento de 13% verificado justamente no momento em que o país enfrenta o segundo pior surto da doença em quase duas décadas, de acordo com autoridades federais da área de saúde.
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Segundo Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), foram registrados 626 casos de sarampo em 22 Estados até 19 de abril. Esta foi a mais alta taxa de infecção em cinco anos. Em apenas 3 meses, o CDC havia relatado 555 casos em 20 Estados norte-americanos. O CDC alertou que há possibilidade que este surto ultrapasse o de 2014, ano em considerado pior das últimas duas décadas em número de registros. Os 644 casos foram importados de países onde o sarampo não foi controlado, entretanto a disseminação no país foi fruto da não vacinação de parte da população. Na época, a maioria dos casos estava diretamente à epidemia que começou na Disney da Califórnia e que foi facilitada, segundo o CDC, pelo crescente número de famílias que optam por não vacinar seus filhos contra uma das doenças mais infecciosas do mundo.
O movimento “anti-vacina” nos Estados Unidos é pouco ex
pressivo, mas há uma parcela minoritária de pais norte-americanos que rejeitam vacinas devido à crença, contrária aos indícios científicos, de que os compostos das vacinas causaria consequências como autismo.
Informações: Reuters