“Simultaneamente à guerra contra a Covid-19, o Brasil não pode esmorecer na luta contra outra inimiga da saúde pública, a dengue, que teve cerca de um milhão de casos em 2020”, alerta o médico sanitarista Alexandre Chieppe, diretor médico da MedLevensohn, salientando: “No combate e prevenção desta doença, cada brasileiro pode e deve fazer sua parte, eliminando os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus causadores da infecção. Para isso, não se pode deixar água parada em nenhuma superfície das casas, terrenos e quintais. Também se recomenda instalar telas de proteção em janelas e portas, uso de produtos repelentes na pele e roupas que protejam braços e pernas, em áreas expostas ao inseto.
O boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde revela que, entre janeiro e novembro do ano passado, ocorreram 971.136 casos de dengue no País, com 528 mortes. Maiores incidências verificaram-se nas regiões Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil). “Tais dados epidemiológicos podem parecer pouco graves na comparação com os da Covid-19, que já matou mais de 220 mil brasileiros, mas são muito preocupantes, pois se trata de uma enfermidade epidêmica em crescimento e para a qual ainda não há vacina no sistema público, com capacidade de acesso muito baixa”, explica Chieppe.
De 2018 para 2019, o Brasil já havia registrado aumento de 488% no número de casos de dengue. Em 2020, como demonstram os números, a expansão continuou, agravada pela simultaneidade com o novo coronavírus. Um dos problemas está na capacidade do sistema de saúde para atender às demandas relativas a uma gravíssima pandemia juntamente com uma epidemia nacional, agravada no período de chuvas, no qual a reprodução do mosquito é favorecida.
“Um aspecto complicador é que os sintomas das duas doenças apresentam algumas semelhanças, confundindo-se também com a gripe, principalmente no início das duas infecções”, lembra o diretor médico da MedLevensohn. A dengue costuma apresentar febre alta, de até 40 graus, dor de cabeça, muscular e nas articulações, cansaço, indisposição, enjoos e vômitos. Essas manifestações passam entre cinco e sete dias. Porém, há casos mais graves, hemorrágicos, que exigem tratamento imediato e, na maior parte das vezes, internação hospitalar. Os sintomas congruentes mais comuns da Covid-19 são febre, cansaço e dores no corpo. Tosse seca, dor de garganta e perda de olfato e paladar são sinais mais característicos da enfermidade pandêmica.
Para as duas doenças não há tratamento cientificamente reconhecido como eficaz para a cura, processada pela reação natural do organismo. Em ambas, são tratados apenas os sintomas, com medicamentos que variam de acordo com as características dos pacientes e gravidade das infecções. Os pacientes mais graves requerem internação hospitalar. Os que são tratados em casa não devem tomar remédios, nem mesmo analgésicos, sem orientação médica. Em caso de dengue, por exemplo, é imprópria a administração de ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral e AAS, por exemplo).
“Em caso de sintomas, é importante consultar o médico, para que se identifique o mais rapidamente possível qual doença está acometendo a pessoa, para o devido tratamento”, orienta Alexandre Chieppe, lembrando haver um teste rápido da MedLevensohn (Dengue- anticorpos IgG e IgM), que é um grande aliado no diagnóstico e controle da enfermidade. “Temos de fazer todos os esforços no sentido de vencer a dengue no Brasil, da mesma maneira e ao mesmo tempo em que enfrentamos a Covid-19”, conclui.
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