No dia 10 de setembro profissionais de saúde, governos e entidades civis de todo o mundo se mobilizam em torno do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e dos cuidados com a saúde mental. Como problema de saúde pública, com impactos psicológicos, sociais e econômicos para o paciente e às pessoas de seu entorno, pesquisa de 2019 da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, com uma estimativa de um milhão de casos se forem contadas as subnotificações.
No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o que dá uma estimativa média de 38 pessoas que se suicidam por dia. Não falar sobre o problema abertamente e a falta de cuidados profissionais estão entre os principais fatores para as mortes. Durante todo o mês, a campanha do Setembro Amarelo dissemina ações preventivas e de promoção de saúde, diagnóstico, tratamento e redução de doenças mentais, com consequente efeito positivo na prevenção de tentativas de suicídio.
“Muitos dos casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. A maior parte desses episódios poderia ter sido evitada com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado”, esclarece a psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra Aline Sabino.
O Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo. “Devemos atuar ativamente na conscientização do valor da vida e que, independente das circunstâncias, podemos ajudar uns aos outros. O suicídio ainda é visto como tabu e por isso é importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida é sempre a melhor escolha”, comenta a especialista.
Dra. Sabino também explica que quando uma pessoa decide encerrar a própria vida, seus pensamentos e ações estão em estado limitado e rígido, e que fica incapaz de perceber outras formas de lidar com os problemas. “A visão da realidade é distorcida pelo sofrimento emocional”, pontua.
A conscientização da população é a melhor forma para lutar contra esse problema tão grave. As pessoas devem saber identificar indícios de que alguém está precisando de ajuda e pensando em se matar. “Ouvir sem julgar, estar disponível para ajudar e demonstrar empatia, encaminhando ao profissional de saúde, deve ser a atitude ao notar algum sinal de tendência suicida”, esclarece.
Conheça os sinais para identificar pessoas com tendência suicida
Os sintomas podem ser claros ou sutis. Identificar esses sinais e levá-los a sério ajudarão essas pessoas a ter ajuda de profissionais de saúde para dar o devido tratamento.
Sinais explícitos
– Falar sobre suicídio, morte, se matar ou desejo de estar morto;
– Fazer ameaças de suicídio;
– Buscar meios para cometer o ato, como comprar armas ou medicamentos;
– Escrever sobre a morte, suicídio ou se despedir das pessoas.
Sinais sutis
– Mudanças incomuns no comportamento, como ficar agressivo ou repentinamente calmo;
– Alterações nos padrões de sono, como dormir muito ou ter insônia;
– Sentir-se desesperançoso ou sem razão para viver;
– Sensação de ser um fardo para os outros;
– Incapacidade de lidar com os problemas da vida cotidiana;
– Se afastar de amigos e familiares;
– Perder o interesse em atividades que antes lhe davam prazer;
– Dar adeus a entes queridos como se fosse a última vez;
– Colocar os assuntos em ordem, como fazer testamento.
Pessoas com transtornos mentais não tratados, especialmente depressão, transtorno bipolar e transtorno de personalidade, têm maior risco de comportamento suicida. Fatores de risco adicionais incluem doenças crônicas, dor, histórico de tentativas anteriores, exposição ao suicídio de outros e situações de vida estressantes.
“Se você suspeita que alguém próximo pode estar com tendência suicida, não hesite em perguntar diretamente sobre seus pensamentos e sentimentos. Demonstre compreensão, ofereça apoio e ajude a pessoa a buscar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo imediatamente, pois todos os sinais de suicídio devem ser levados a sério”, afirma a Dra Sabino.
Sobre a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 3 Unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga) que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade em neurologia, cardiologia e cirurgia robótica. As Unidades possuem Centro de Oncologia e de Hematologia habilitada para realizar o Transplantes de Medula Óssea.
É a primeira Rede de Hospitais fora do Canadá a obter a Certificação em nível Diamante da Qmentum Internacional. Além do Selo Amigo do Idoso, a Rede tem os serviços laboratoriais certificados pela PALC e ainda a Certificação Internacional da ABHH nos serviços de Hematologia e Transplante de Medula Óssea.
As Unidades Pompeia, Santana e Ipiranga prestam atendimentos privados que subsidiam as atividades de várias unidades administradas pela São Camilo no país e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). No Brasil desde 1922, a São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com centros de educação, colégios e centros universitários.