O mês de novembro é um marco anual da conscientização sobre os perigos, tratamentos e prevenção da diabetes. No entanto, existe um importante aspecto relacionado aos elevados índices glicêmicos que muitas vezes são deixados de lado na discussão sobre o tema, os seus impactos no cérebro.
Estudos já indicam uma conexão epidemiológica entre diabetes tipo 2 (D2) e disfunção cognitiva, o que pode variar desde um comprometimento mais leve à demência, tendo uma relação direta com a duração do diabetes. A diabetes tipo 2 é considerado um fator de risco para demência mista, vascular, Alzheimer e comprometimento cognitivo leve.
As disfunções cognitivas, mesmo que leves, têm um grande poder de afetar a qualidade de vida do paciente e fazer com que ele perca a habilidade de realizar determinadas tarefas com a mesma destreza e qualidade de outrora, algo que, logicamente, se estende ainda mais quando se trata de graus mais elevados de comprometimento.
Esses impactos na saúde cognitiva relacionados à diabetes estão ligados ao controle inadequado da glicemia e episódios constantes de hipoglicemia severa, além da redução da insulina e da resistência periférica à insulina, mas os sintomas podem se manifestar mesmo antes do diagnóstico, na pré-diabetes.
No entanto, há indicações científicas de que estratégias de manejo da quantidade de açúcar no sangue em pacientes com diabetes ajuda a reduzir os riscos de desenvolvimento de demência. Por exemplo, inibidores da DPP-4 mostram benefícios na prevenção da demência e melhora no funcionamento cognitivo, no entanto, o uso de metformina e insulina intravenosa ainda precisam de uma base mais sólida de pesquisas sobre seus efeitos.
Tratamentos como a monoterapia com sulfonilureia (SU) possui associações com aumento de 12% no risco de desenvolvimento de demência e 14% no risco de demência vascular (DV), contudo, a monoterapia com tiazolidinediona (TZD) foi associada com reduções de 22% do risco de demências e 11% no risco de Alzheimer.
Por outro lado, a conexão entre nateglinida e demência ainda permanece incerta, mas um estudo clínico sugere que seu uso em pacientes recém-diagnosticados com diabetes tipo 2 reduz o risco de comprometimento cognitivo leve. A deficiência de vitamina D, quando combinada com nateglinida, pode impactar negativamente a cognição. Diferenças não relatadas na gravidade do diabetes tipo 2, co-intervenções e comorbidades podem contribuir para a heterogeneidade. Mas novos estudos são necessários para analisar melhor seus efeitos e relações com a demência.
A relação entre diabetes e demência é bastante complexa e ainda precisa ser melhor estudada para conclusões mais precisas, destacando a importância do controle glicêmico em pacientes diabéticos para reduzir o risco de demência. A pesquisa contínua é essencial para compreender melhor os mecanismos e desenvolver estratégias médicas e farmacológicas eficazes para o tratamento de ambas as condições, garantindo cuidado individualizado.
—
Sobre o Dr. Luiz Felipe Carvalho
Dr. Luiz Felipe Carvalho é ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa. Já tratou grandes atletas como o jogador de futebol Rodrigo Dourado e o Ferreirinha do Grêmio. Além do tenista Argentino naturalizado Uruguaio Pablo Cuevas que faz tratamento com célula tronco desde 2017 melhorando muito sua performance avançando no ranking desde então.
O Gaúcho possui um profundo conhecimento sobre os modernos procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral e também trabalha com técnicas minimamente invasivas. É diplomado pela Academia Americana de Medicina Regenerativa (AABRM), e pelo grupo Latino Americano ORTHOREGEN. Atualmente está estruturando o serviço de Medicina Regenerativa na Cidade de São Paulo para tratamentos de Artrose e de dores crônicas osteomusculares.