As abordagens cirúrgicas voltadas ao tratamento de câncer de endométrio, o oitavo mais comum em mulheres brasileiras, são o principal pilar do cuidado oncológico à paciente. A técnica mais utilizada atualmente é a laparoscopia.
No entanto, com o desenvolvimento tecnológico, que já havia posto fim anteriormente na cirurgia aberta ao fim da década de 1990, permitiu o surgimento de uma nova modalidade, a cirurgia robótica, que foi alvo do estudo “Introdução da cirurgia robótica para câncer de endométrio em um serviço oncológico brasileiro: um estudo prospectivo randomizado avaliando resultados clínicos e custos perioperatórios”, publicado na revista científica Clinics.
A técnica completa 15 anos em terras brasileiras, e possui grande potencial de disseminação e busca nos próximos anos, como já vem acontecendo, devido à sua menor curva de aprendizado em relação à abordagem cirúrgica laparoscópica.
A cirurgia robótica é realizada de forma minimamente invasiva e obtém resultados similares aos da laparoscopia, com uma taxa de morbidade perioperatória comparável. Contudo, a duração cirúrgica média da cirurgia robótica foi maior que a cirurgia laparoscópica tradicional nas análises realizadas, mas há relatos que ela requer o mesmo tempo que a laparoscopia até o fim da curva de aprendizado.
Uma das maiores barreiras para a maior disseminação da cirurgia robótica são seus custos mais elevados (cerca de 41% a mais que a cirurgia laparoscópica) que englobam principalmente equipamentos, suprimentos específicos ao robô, custos associados à reabilitação, entre outros, que elevam o investimento necessário.
Apesar disto, o investimento na cirurgia robótica possibilita a instituições que possuam baixo volume de cirurgias minimamente invasivas aumentar a quantidade desse tipo de procedimento devido à sua menor curva de aprendizado, o que promove um aumento da qualidade e segurança das cirurgias realizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
INTRODUÇÃO da cirurgia robótica para câncer de endométrio em um serviço oncológico brasileiro: um estudo randomizado avaliando resultados clínicos e custos perioperatórios. Clínicas, [S. l.], p. 1 – 49, 11 set. 2018. DOI https://doi.org/10.6061%2Fclinics%2F2017%2Fe522s. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6131215/. Acesso em: 8 nov. 2023.
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Sobre o Dr. Alexandre Silva e Silva
O Dr. Alexandre Silva e Silva, se formou em 1995 na Faculdade de Ciências Médicas de Santos em medicina. Sua especialização é em Cirurgia Minimamente Invasiva e Cirurgia Robótica. Além disso, possui certificação em cirurgia robótica em 2007 no Hospital Metodista de Houston. Certificação em cirurgia robótica single site em 2016 em Atlanta. É mestre em ciências pela Universidade de São Paulo em 2019 e foi pioneiro em cirurgia minimamente invasiva a partir do ano de 1998, dando aulas de vídeo cirurgia desde então. É referência em videolaparoscopia e cirurgia robótica.