Apendicite é uma inflamação do apêndice – pequeno órgão linfático que faz parte do intestino grosso. Tem cerca de dez centímetros de comprimento e a forma prolongada de um dedo. Popularmente, acredita-se que o apêndice não sirva para nada, que seja um órgão sem função. Mas, quando é obstruído ou fica inflamado, pode ocorrer translocação bacteriana – fazendo com que as bactérias que vivem no interior do apêndice atravessem sua parede e cheguem à corrente sanguínea e ao peritônio (membrana que reveste o intestino). A dor, no início, pode ser difusa. Mas, se realmente o peritônio estiver comprometido, a pessoa sentirá fortes dores em torno do umbigo. Neste caso, a apendicite aguda é uma emergência abdominal comum que atinge 7% da população em algum momento da vida.
De acordo com Osmar Saito, médico ultrassonografista do CDB Medicina Diagnóstica, como o exame clínico representa um desafio para médicos e cirurgiões, os exames de imagem desempenham um papel fundamental no diagnóstico de pacientes com suspeita desse tipo de emergência. “O ultrassom está na linha de frente dos exames utilizados para um primeiro diagnóstico de apendicite aguda. Além das dores no abdome, é importante considerar outros sintomas, como perda de apetite, náuseas, vômito, febre e paralisação do intestino. De qualquer forma, a investigação radiológica deve ser realizada em caráter de urgência para que o tratamento traga alívio ao paciente e evite consequências mais graves, como uma infecção generalizada”.
De modo geral, Saito defende que fortes dores abdominais exigem investigação diagnóstica abrangente, já que ocorrem em quadros de diverticulite, síndrome do intestino irritável, ou, ainda, inflamações das trompas, ovários e útero. “Como o diagnóstico de apendicite é complexo e o tratamento é cirúrgico, cabe ao radiologista lançar mão de toda tecnologia disponível para determinar com máxima precisão o quadro do paciente. Em determinados casos, realizamos tomografia computadorizada e complementamos o diagnóstico com ultrassom – principalmente nos casos em que se necessita de mais dados para completar o diagnóstico. Isso costuma ocorrer com mais frequência em pacientes bastante magros ou naqueles em que já ocorreu alguma evolução do caso”.
Segundo o especialista, o ultrassom apresenta muitas vantagens, como ser um recurso de baixo custo, não usar contraste, poder ser usado com segurança em gestantes e crianças e, além da apendicite, diagnosticar doenças pélvicas de origem ginecológica – muito comuns nos quadros abdominais agudos das mulheres. O tratamento da apendicite aguda é sempre cirúrgico, podendo ser realizado tanto de forma aberta, quanto por laparoscopia – procedimento minimamente invasivo.
Fonte: Dr. Osmar Saito, médico ultrassonografista do CDB Medicina Diagnóstica – www.cdb.com.br – em São Paulo