A hipertensão arterial atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil, sendo que, segundo Ministério da Saúde apenas 10% faze o controle adequado da doença. A hipertensão arterial pode atingir as mulheres e homens em qualquer fase da vida, mas torna-se um problema ainda mais grave para as mulheres durante a gestação, sendo a principal causa de morte materna tanto no Brasil quanto no mundo.
A partir disso, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) realizará, em 26 de abril e 17 de maio, a campanha Meça sua Pressão, que em 2019 recebe o slogan Menos Pressão nas Mulheres. Em 26 de abril, haverá mutirões da saúde para assistência gratuita aos cidadãos na Estação Barra Funda da CPTM e no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Já em 17 de maio, as ações serão no Terminal Jabaquara – EMTU e na Estação Santo Amaro- Linha Lilás do Metrô.
O mutirão será realizado por médicos e demais profissionais da saúde, que também orientarão sobre as melhores formas de prevenção, medição da pressão arterial gratuitamente, apoio psicológico em relação ao enfrentamento da doença, dicas nutricionais para manter a pressão controlada e também aconselhamento sobre a melhor atividade física para controle da pressão.
“Por falta de conhecimento muitas vezes a hipertensão é negligenciada na mulher. É o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares que mais matam as mulheres. E na gravidez, em especial, é a doença que mais causa problemas, podendo inclusive levar a morte se não controlada adequadamente. Então procurar esses mutirões é aconselhável, já que lá serão feitos a medição da pressão e orientações de hábitos de vida para prevenir e controlar melhor a doença”, afirmou Dr. Luiz Bortolotto, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
Hipertensão e gestação: um problema de Saúde Pública no Brasil
A garantia de uma gestação segura está conectada invariavelmente ao acompanhamento pré-natal desde o início da gestação. Através do pré-natal é possível diagnosticar doenças infecciosas, garantir a saúde da gestante e do bebê, bem como garantir o controle da pressão arterial.
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A pré-eclâmpsia e a eclampsia, distúrbios da pressão arterial que geralmente ocorrem após a 20ª semana de gravidez, podem acometer também mães que não eram hipertensas antes da gestação, principalmente mulheres obesas, diabéticas e com antecedentes de hipertensão na família. As complicações da hipertensão na gestação são responsáveis por 15% das mortes maternas no País, algo equivalente a uma morte materna por dia. Estima-se que, em nações desenvolvidas, entre 2% a 8% das gestações sejam impactadas com a doença e suas complicações.
No Brasil, a incidência pode chegar a 10%. O diagnóstico precoce e correto deve ser feito pelo obstetra, e os cuidados necessários para um bom controle da pressão tem de ser iniciados imediatamente. Uma hipertensão não controlada pode levar a complicações e prejuízos para o feto, como seu desenvolvimento inadequado, como baixo peso ao nascer ou nascimento prematuro.
Além dos cuidados durante a gestação, as mulheres que apresentaram pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, ou mesmo aquelas já hipertensas desde o início ou antes da gestação, devem receber acompanhamento especial após o nascimento do bebê. Há várias evidências atualmente de que elas têm maior probabilidade de infarto, de acidente vascular cerebral no futuro e até de complicações da hipertensão. Além disso, bebês de gestações de mulheres hipertensas também têm maior possiblidade de se tornarem hipertensos.