28 de Fevereiro – Dia Mundial das Doenças Raras | O QUE É SÍNDROME DE STICKLER?

Hoje é o dia mundial das doenças raras, e gostaria de compartilhar com vocês que há poucos meses minha família foi diagnosticada com a Síndrome de Stickler.

Meu avô, meu pai, primos, tios e meu filho tiveram descolamento de retina (sintoma principal entre nós), e apesar de todas essas gerações apresentarem os sintomas, somente quando meu filho foi acometido pelo descolamento (aos 14 anos), o médico que o operou nos alertou sobre a importância de se fazer uma investigação genética.
Com a realização do teste genético, foi confirmada a variação no gene COL2A1, Stickler Tipo I (tipo que acomete cerca de 75% dos casos).
Por isso o mês de conscientização sobre as doenças raras é tão importante. Apesar de todo o esforço para estudar esse campo tão abrangente, ainda existe um déficit de conhecimento científico sobre muitas dessas patologias, afinal, durante muito tempo, médicos, investigadores e a sociedade em geral desconheciam os detalhes das doenças raras.
As doenças raras podem ser definidas como aquela que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil, ou seja, 1,3 pessoas para cada 2.000 indivíduos. São classificadas de acordo com os quatro principais fatores: incidência, raridade, gravidade e diversidade. No Brasil, estima-se que cerca de treze milhões de pessoas possuem alguma doença rara.
A Síndrome de Stickler se enquadra em doença raríssima, pois acomete 1 a cada 10.000 indivíduos.
Confira um pouco mais sobre essa síndrome neste artigo da Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo:

O QUE É SÍNDROME DE STICKLER?

A síndrome de Stickler é um distúrbio genético progressivo do tecido conjuntivo em todo o corpo. A condição foi descrita pela primeira vez pelo Dr. Gunnar B. Stickler em 1965 e foi originalmente chamada de “Artroftalmopatia progressiva hereditária” por sua tendência em afetar as articulações e os olhos.

QUAIS SÃO OS ACHADOS DA SÍNDROME DE STICKLER?

A Síndrome de Stickler está associada a problemas de visão (miopia grave e descolamento de retina), audição (perda auditiva e infecções frequentes de ouvido), anormalidades craniofaciais (nariz e queixo pequenos, fenda palatina) anormalidades musculoesqueléticas (artrite, problemas no pescoço e nas costas e articulações flexíveis), bem como outros problemas causados pelo colágeno anormal. Um grupo específico de características físicas, chamado sequência de Pierre Robin, também é comum em pessoas com Síndrome de Stickler. A sequência de Pierre Robin inclui fenda palatina, língua grande (macroglossia) e mandíbula pequena (micrognatia).

O QUE CAUSA A SÍNDROME DE STICKLER?

A síndrome de Stickler é geralmente causada por uma mutação no gene pró-colágeno tipo II (COL2A1), embora várias outras mutações nos genes COL também tenham sido identificadas. Essas mutações causam anormalidades na formação de tecidos conjuntivos (colágeno) em todo o corpo e dão origem às várias características da Síndrome de Stickler.

COMO É DIAGNOSTICADA A SÍNDROME DE STICKLER?

Um sistema de 9 pontos é usado para diagnosticar a síndrome de Stickler com base no número de anormalidades orofaciais, oculares, auditivas e esqueléticas detectadas. Além disso, são dados pontos para a história familiar ou a presença de uma mutação em um dos genes que se sabe estarem associados à Síndrome de Stickler. O diagnóstico requer 5 dos 9 pontos.

COMO É OFTALMOLOGICAMENTE TRATADA A SÍNDROME DE STICKLER?

A avaliação oftalmológica precoce com acompanhamento regular a longo prazo é essencial. Óculos e / ou lentes de contato são utilizados para miopia. Laser ou crioterapia podem ser aplicados em áreas de retina fina para reduzir o risco de descolamento. Cirurgia adicional da retina pode ser necessária para reparar descolamentos de retina quando ou se ocorrerem. Cataratas significativas também podem exigir cirurgia.

 

FONTE: Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo

Leia o original aqui: https://aapos.org/glossary/stickler-syndrome