A hemossedimentação possui três fases: a primeira fase ou de sedimentação inicial, consiste na queda individual dos eritrócitos com a formação de rouleaux. A segunda fase, ou de sedimentação máxima, consiste na formação dos agregados eritrocitários. Na terceira fase, ou de sedimentação constante, os agregados eritrocitários atingem, por unidade de tempo, período de queda constante, a qual entra em declínio no período final, à medida que os eritrócitos vão se acumulando na parte inferior da pipeta. Quando os agregados caem, há deslocamento do plasma, que, consequentemente, forma uma corrente para cima, retardando a queda dos agregados. A velocidade de hemossedimentação (VHS) é um teste de laboratório simples e de baixo custo utilizado como marcador de resposta inflamatória, sendo considerado o padrão ouro o método de Westergren.
Esse teste pode sofrer interferência do hematócrito e temperatura não controloda. Abaixo um breve relato de cada um desses casos.
Correção da Velocidade de hemossedimentação (VHS) em pacientes anêmicos
Ao realizar VHS em pacientes anêmicos é necessário avaliar mais profundamente pois resultados falsamente aumentados podem ser liberados, assim como também no sexo feminino, o que pode ser explicado, em parte, pelos valores de hematócrito mais baixos nas mulheres.
– Hematócrito Elevado: Quando o hematócrito está elevado, a VHS tende a ser mais baixa. Isso ocorre porque há mais glóbulos vermelhos no sangue, o que dificulta a sedimentação.
– Hematócrito Baixo: Quando o hematócrito está baixo, a VHS tende a ser mais alta. Com menos glóbulos vermelhos, a sedimentação ocorre mais rapidamente.
Essas variações são importantes para a interpretação correta dos resultados da VHS, especialmente em pacientes com condições que afetam o hematócrito, como anemia ou policitemia.
Nelson K. Ordway e Richard B. Singer realizaram estudos importantes sobre a interferência do hematócrito na Velocidade de Hemossedimentação (VHS). Eles descobriram que o hematócrito, que é a proporção de glóbulos vermelhos no sangue, pode afetar significativamente os resultados da VHS. Nessa pesquisa foi apresentado um nomograma para corrigir a VHS realizada pelo método de Westergren. Em métodos manuais, esse nomograma deve ser utilizado para correção dos valores de VHS.
Correção da Velocidade de hemossedimentação (VHS) devido a variação de temperatura
A temperatura pode afetar a Velocidade de Hemossedimentação (VHS) porque ela influencia a viscosidade do sangue e a interação entre as células sanguíneas. Por isso, é importante que o exame de VHS seja realizado em condições controladas de temperatura para garantir a precisão dos resultados. Recomenda-se que o exame seja determinado em uma temperatura dentro da faixa de 18°C a 25°C (64°F a 77°F). Abaixo estão alguns pontos importantes relacionados a variação de temperatura:
– Viscosidade do sangue: Em temperaturas mais altas, o sangue tende a ser menos viscoso, o que pode acelerar a sedimentação das hemácias. Em temperaturas mais baixas, o sangue pode se tornar mais viscoso, retardando a sedimentação.
– Interação entre células: A temperatura pode afetar a carga elétrica das hemácias, alterando a forma como elas se repelem ou se agregam. Em temperaturas mais altas, a repulsão entre as células pode diminuir, facilitando a sedimentação.
– Estabilidade das proteínas: As proteínas no sangue, que podem influenciar a VHS, também são sensíveis à temperatura. Mudanças na temperatura podem alterar a conformação dessas proteínas, afetando a taxa de sedimentação.
Quando a temperatura estiver fora da faixa é necessário corrigir o valor do teste conforme seguindo o nomograma de correção da VHS de Manley. Este nomograma permite corrigir os resultados da VHS para uma temperatura padrão de 18°C, garantindo maior precisão nos resultados utilizando uma escala que relaciona a temperatura ambiente com a VHS medida.
Em equipamentos automatizados como o Celltac Alpha Plus (MEK-1305), os valores da VHS assumem uma temperatura ambiente de 18℃. A correção de TEMP da VHS é um valor VHS que foi ajustado usando a curva de correção da Temperatura desenvolvida por Manley para ajustar o valor da VHS medido com base numa temperatura ambiente especificada pelo operador, o que resulta num valor corrigido [mm] (Manley, R.W. 1957. “The Effect of Room Temperature on Erythrocyte Sedimentation Rate and Its Correction” J.Clin Path. 10: 354-357). O equipamento também corrige o resultado de VHS pelo hematócrito através da fórmula de correção desenvolvida por Fabry (Fabry, TL. 1987. “Mechanism of erythrocyte aggregation and sedimentation” Blood. 70(5):1572-6.) utilizando como fator de correção o hematócrito de 40% resultando em um valor corrigido [mm].
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