Flávia M. de Pinho Abdo, radiologista especialista em mama e diretora do Instituto da Mulher do Centro Médico de Sorocaba, explica as principais questões que envolvem os exames de prevenção ao câncer de mama
Desde os anos de 1990, nos Estados Unidos, e a partir de 2002, no Brasil, o mês de outubro virou o momento anual de campanha do Combate ao Câncer de Mama, o tipo mais comum que acomete mulheres no mundo todo. Segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, especificamente no Brasil, ele representa 28,1% dos casos novos de câncer por ano, acima da média mundial, que gira em torno de 25%.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor. Existem vários tipos de câncer de mama e, entre eles, há os que se desenvolvem rapidamente e os que são mais lentos. Por isso, o acesso à informação de qualidade e os exames de rotina são imprescindíveis para a detecção precoce da doença e o início, o quanto antes, do tratamento adequado.
“Avançamos muito na questão da informação sobre a doença e devemos isso à campanha Outubro Rosa. Porém, ainda percebemos uma confusão em relação aos exames e formas de controle de tratamento disponíveis, principalmente, as relacionadas ao uso da alta tecnologia de precisão como no exame de mamografia com tomossíntese e os exames que envolvem PET/CT” explica Dra. Flávia Abdo.
Por onde começar?
“O autoexame é uma atitude importante para a mulher, ela pode realizar a palpação das mamas sozinha ou durante a consulta médica. Sempre reforçamos que as mulheres devem continuar a serem boas observadoras de seus próprios corpos e qualquer mudança no formato das mamas ou sintomas como palpar um nódulo, dor ou secreção deverá procurar o médico, o quanto antes”, conta Flávia. De acordo com uma pesquisa realizada pelo INCA, em 66,2% dos casos de câncer de mama, a própria mulher detecta os primeiros sinais da doença.
No caso da mamografia, no Brasil, a recomendação do Colégio Brasileiro de Radiologia, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, é que o exame seja realizado, anualmente, a partir dos 40 anos para o diagnóstico precoce de uma possível lesão mamária. O exame de mamografia consiste no estudo radiológico das mamas: sendo capaz de detectar lesões de pequenas dimensões, não palpáveis. Esses tumores têm grandes chances de cura quando diagnosticados e tratados de forma adequada na fase inicial. É importante ressaltar que a mamografia é um exame radiológico aprimorado com equipamento adequado para avaliação seletiva das mamas.
Hoje, existem equipamentos inovadores como o Mammomat Inspiration PRIME – uma das soluções mais modernas do mercado. A solução de diagnóstico realiza a captura de imagens e permite a redução de até 30% da dose de radiação, sem comprometer a qualidade do exame. Este equipamento pode realizar a tomossíntese, um exame que faz aquisições de múltiplas imagens da mama em diferentes ângulos. Dessa forma, é possível fazer uma avaliação tridimensional da mama, melhorando o resultado do diagnóstico.
Geralmente, junto com o pedido médico para o exame de mamografia é recomendado também a ultrassonografia das mamas para se obter o diagnóstico mais preciso. Eles são exames complementares para um diagnostico mais preciso, visto que este órgão é composto por dois tipos de tecidos diferentes e cada uma das modalidades é capaz de avaliar, de forma mais efetiva, cada um desses tecidos. Com o ACUSON S2000™ ABVS (Automated Breast Volume Scanner) é possível ter informações precisas devido a imagem 3D gerada pelo equipamento, além disso, após o exame o médico poderá acessar o resultado sempre que precisar sem ter a necessidade do paciente presente. Outro benefício é contar com a elastografia, que ajuda na provável diferenciação imaginológica¹ entre um tumor maligno de um benigno. Esse exame é indolor e não há exposição à radiação, portanto, pode ser repetido sempre que necessário.
A Ressonância Magnética (RM) das Mamas tem se mostrado um importante método diagnóstico. É especialmente indicada para pacientes de alto risco como método de rastreamento e para pacientes submetidas à biópsia com diagnóstico de câncer de mama, pois pode fornecer informações complementares a respeito da extensão da doença. Os equipamentos da linha Magnetom, com suas Bobinas dedicadas possuem alta sensibilidade (superior a 95%), possibilitando a detecção de lesões muitas vezes imperceptíveis em outros exames. A RM também pode ser indicada para a avaliação de próteses mamárias, no controle pré e pós-quimioterapia para tratamento do câncer de mama, na avaliação da extensão de lesões mamárias e num eventual acometimento da musculatura peitoral, parede torácica e linfonodos regionais, além de ajudar na orientação de biópsias de lesões identificadas apenas por meio desse exame.
O PET/CT
O PET/CT é considerado uma ferramenta poderosa para o diagnóstico do câncer, principalmente, por conseguir ser utilizado no intervalo entre os ciclos da quimioterapia para verificar como está sendo o resultado. “Com o uso do PET/CT podemos reduzir o desgaste emocional e físico do paciente, além de custos com um tratamento que talvez não esteja sendo eficaz. Antigamente, teríamos que fazer toda a quimioterapia para só depois descobrir que não tínhamos alcançado o resultado desejado. Hoje, podemos reavaliar tratamentos e substituir, o quanto antes, por um método mais eficaz” explica a médica.
Na Siemens Healthineers existe a família BIOGRAPH composta pelos modelos HORIZON e MCT, são equipamentos de destaque por possuírem a tecnologia Time-of-Flight (ToF) com alta qualidade na imagem e que auxilia na localização, identificação e caracterização das lesões para proporcionar a melhor conduta terapêutica, possível. O PET/CT é a somatória de duas tecnologias que conseguem oferecer o máximo de informações sobre o câncer como os dados sobre a anatomia dos órgãos (no caso, as mamas), a localização, o tamanho e a forma, além de indicar o funcionamento bioquímico celular, gerando informações sobre a função e o potencial maligno das lesões. Com a família BIOGRAPH é possível até mesmo detectar se as células cancerígenas já alcançaram outros órgãos, mesmo que esse processo de metástase ainda esteja no início.
Dra. Abdo conclui “É notável tudo o que a tecnologia trouxe de benefícios para detecção precoce, controle e avaliação do tratamento contra o câncer. É importante que as pessoas conheçam essas novas tecnologias para diagnóstico precoce e assim aumentar as chances de cura da doença”. Para conhecer mais sobre as tecnologias Siemens Healthineers voltadas para a saúde da mulher, acesse: https://www.healthcare.siemens.com.br/clinical-specialities/womens-health-information
Glossário
¹ Imagenologia – o conceito é usado para mencionar o conjunto das técnicas e dos procedimentos que permitem obter imagens do corpo humano com fins clínicos ou científicos. A imagenologia ou imagem médica, por conseguinte, é usada para revelar, diagnosticar e examinar doenças ou patologias ou para estudar a anatomia e as funções do corpo. A radiologia, a termografia médica, a endoscopia, a microscopia e a fotografia médica fazem parte destas técnicas. Outros procedimentos que permitem obter dados que podem ser representados como mapas ou esquemas (como a electroencefalografia) também se inserem na imagenologia.