Já virou tradição: o meio do ano chegou e muitas pessoas se preocupam em realizar o famoso check up anual O objetivo é prevenir doenças, identificar alterações do organismo de forma prematura e manter a saúde em dia. Porém, será que você está fazendo o check up corretamente?
Além de uma análise da saúde do coração, as pessoas se esquecem de verificar o bom funcionamento de um órgão fundamental para o organismo, o rim. Uma das doenças mais incidentes e silenciosas é a insuficiência renal crônica, e o que surpreende, é que poucas pessoas incluem uma visita ao nefrologista, na lista de checagem. A insuficiência renal crônica é caracterizada pelo funcionamento débil dos rins, que foram prejudicados por condições como diabetes, pressão sanguínea alta ou glomerulonefrite. Como conseqüência, os rins perdem a capacidade de executar suas funções básicas como remover resíduos em excesso, liberar hormônios, manter equilíbrio de elementos no sangue, como sódio, e manter o equilíbrio ácido-base no organismo.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), estima que 850 milhões de pessoas, no mundo, tenham doença renal decorrente de causas variadas, sendo que as principais são o diabetes e a hipertensão arterial, condições prevalentes e também em ascensão na população brasileira.
No Brasil, inclusive, houve um aumento de quase 200% de pacientes com doença renal crônica, que precisam de diálise – de 42 mil para 122 mil pessoas entre 2000 e 2016, ainda segundo a sociedade. E a situação é preocupante, já que a Doença Renal Crônica (DRC) possui uma taxa crescente de mortalidade que atinge 10% da população mundial e na maior parte das vezes é silenciosa. Engana-se quem imagina que para identificar alguma alteração renal são necessários exames complexos.
Importantes marcadores de função renal
Albumina: É a proteína mais abundante no plasma e sua síntese ocorre no fígado. Suas principais funções são controle da osmolaridade do plasma sanguíneo e servir como reserva proteica. Na presença de lesões renais, a filtração do sangue pelos rins é alterada, e assim parte desta proteína não é reabsorvida para o sangue e eliminada na urina. A presença de proteínas na urina, moléculas de grande porte, indica que há problemas na filtração renal.
Taxa de filtração glomerular (TFG): este marcador é expressão em mililitros de filtrado glomerular formado por minuto por quilo de peso corporal (mL/min/kg). Em situações adequadas de funcionamento, todos os componentes celulares e proteínas plasmáticas grandes, do tamanho da albumina ou maiores, são retidos na corrente sanguínea. Moléculas menores, como água e os solutos são filtrados e passam a compor a urina. Em casos de lesão renal, os néfrons que estão lesionados permitem a passagem de albumina e moléculas igualmente grandes para a urina. De acordo com a National Kidney Foundation, valores de referência estão de 90 a 120 mL/min.
Creatinina: A creatinina é um importante metabólito utilizado pelo corpo como reserva energética nos músuculos. Ela deriva quase por completo do catabolismo da creatina presente no tecido muscular. Uma vez que sua eliminação é realizada exclusivamente por via renal, seus níveis de creatinina plasmáticos refletem a taxa de filtração glomerular. Assim, níveis altos de creatinina indicam uma deficiência na funcionalidade renal.
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